Monica Benicio, pré-candidata a vereadora do Rio de Janeiro

Viúva de Marielle Franco, Monica Benicio anunciou sua candidatura a vereadora do Rio de Janeiro, pelo PSOL, mesmo partido de sua companheira. A vereadora Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados há dois anos e cinco meses e o caso segue em investigação.

Monica disse em entrevista que quer continuar o legado de Marielle na defesa dos direitos das minorias, e levar suas próprias ideias para a Câmara Municipal. “A Marielle se torna símbolo de representatividade, de resistência e de esperança porque mulheres e a sociedade se aliaram às pautas dela”, disse a arquiteta.

A pré-candidata solicitou medidas de proteção para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (vinculado com a Organização dos Estados Americanos) e teve seu pedido concedido. Caso as medidas de proteção sejam descumpridas, o Brasil pode sofrer sanções diplomáticas. Por este motivo, Monica diz não temer ameaças contra sua vida ou sua candidatura, que é vista por ela como uma “afronta ao fascismo que ronda o cenário político atual”.

Perguntada se sente medo, Monica responde que a maior violência que poderia sofrer aconteceu no dia 14 de março de 2018, dia do assassinato de Marielle. Seu maior medo é de não conseguirem concretizar uma transformação efetiva nas pautas que luta.

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Pautas e visibilidade

As lutas de Monica defendem a luta antirracista e LGBTQIA+ e pretende brigar contra a violência contra as mulheres, o discurso de ódio e “tudo o que o presidente Jair Bolsonaro representa”, de acordo com a candidata.

Seus projetos pretendem dar visibilidade para as favelas e as pessoas que vivem nelas, principalmente às mulheres, para que tenham acesso à segurança, saúde e educação. “Minha relação propositiva para a cidade vai além da minha vida acadêmica. Ela vem da minha experiência enquanto mulher favelada”.

As eleições municipais acontecem em novembro, em todos os municípios do Brasil, e elegerão prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.