
Hashtags de apoio ao presidente Jair Bolsonaro ou de ataques visto como ameaça por seus apoiadores chegaram pela primeira vez ao topo da lista de conteúdos publicados a partir de contas falsas no Twitter.
A informação foi confirmada pela ferramenta Bot Sentinel que monitora publicações feitas de contas falsas, conhecidas como robôs ou simplesmente bots.
Seu fundador, o americano Christopher Bouzy, disse que esta é a primeira vez que conteúdos não relacionados aos EUA chegam ao topo de sua lista de atividade mundial de contas falsas.
A ascensão de frases e hashtags ligadas ao Brasil surgiu a partir do início de abril, com #MaiaTemQueSair, #FechadocomBolsonaro e #DerrreteMBL.

Segundo Bouzy, a ferramenta descobriu as contas falsas devido ao aumento de hashtags e fases publicadas pela mesma. “O algoritmo as encontrou sozinho”.
No último sábado (25), a Polícia Federal identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente do Brasil, como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news.
A investigação seria um dos motivos pela troca do comando do PF e saída da Justiça, Sergio Moro, segundo a ‘Folha de S. Paulo’.
Ainda no sábado, o Bot Sentinel colocou no topo das hashtags globais publicadas por contas falsas a #FechadocomBolsonaro. No segundo lugar, #MaisTemQueCair, seguida de #Trump2020 e #MaiaVaiCair.
Já no início dessa semana, a #FechadocomBolsolnaro (com um “L” a mais) foi replicada milhares de vezes e levantou suspeitas do uso de robôs entre usuários da rede social pelo erro ortográfico.
No entanto, a rede social emitiu uma nota informando que “não foi encontrado qualquer indicativo de comportamento coordenado inautêntico ou inorgânico relacionado à hashtag mecionada”.
O Twitter ainda destacou que é comum hashtags com erro de digitação sejam utilizadas repetidas vezes.
Doações para combater a má conduta online
Desde que o Brasil entrou no radar do Bot Sentinel, o projeto que vive de pequenas contribuições de pessoas físicas teve um acréscimo nas doações de brasileiros.
Carluxo B, Jesus na Goiabeira, Flavio Rachadinha B, Gbinete do Ó e Fa-milícia A são alguns dos mais 60 usuários brasileiros do Twitter que, nos últimos dias, fizeram doações para o projeto.
O fundador da ferramenta acredita que a população brasileira “está farta da ação de contas falsas” e resolveram um apoiar um projeto que acabe com a má conduta online.
Com o resultado positivo nas contribuições, Bouzy considera a possibilidade de criar uma versão da ferramenta em português.
Com informações de ‘A Gazeta’ e ‘Agência FolhaPress’.