Paulo Douglas

A sessão da Câmara Municipal desta terça (4) foi marcada mais uma vez pelo confronto. Se o debate de ideias é uma das prerrogativas do parlamento, as diferentes opiniões sobre o projeto de lei para divulgação da “Lei do Minuto Seguinte” no município deixaram o clima pesado no plenário. E a troca de farpas teve dois protagonistas: os companheiros de bancada Douglas Medeiros e Paulo Sérgio Martins, respectivamente líder e vice-líder do PSDB.

Temperatura máxima

Paulo Sérgio reclamou ter sido vítima de fake news em relação ao projeto e atacou Douglas. “Nunca vi isso acontecer na Câmara, uma sessão tão chata como essa! O problema não é a ideia, mas a maneira fake como foi feita: colocando e-mail dos vereadores para pressionar pelo voto contra. Todas as pessoas têm de saber quais são os seus direitos, inclusive as crianças. Uma coisa tão simples se transformou nisso tudo. Pior que o aborto foi o senhor pedir aumento de salário no meio de uma pandemia”.

Temperatura máxima 2

Douglas subiu o tom e pediu que Paulo Sérgio mantivesse o posicionamento. “Entendo sua necessidade de colocar essa pauta, que é da militância de esquerda, mas nós iremos sempre nos posicionar contra o aborto. Assim como 2017, quando o senhor quis aprovar a identidade de gênero nesta Casa. Ficamos estarrecidos, até porque como pode (o vereador) querer multa contra a aglomeração e depois defender aborto? O senhor coloca a população inteira em dúvida, pois ao invés de tratar a matéria fica fazendo ataques pessoais. A lei é abortiva, assuma o seu posicionamento!”

Temperatura máxima 3

O clima pesado tomou conta da sessão e se transformou até em negativa de apartes durante a fala dos parlamentares – algo comum no Legislativo, que serve como contribuição daquilo que está sendo discutido. Enquanto defendia o projeto, Paulo Sérgio perguntou a Douglas Medeiros se ele queria apartear a fala. A resposta foi positiva, mas o delegado respondeu de bate-pronto: “Não concedo porque o senhor não merece!” A mesma situação aconteceu nas falas de Madson Henrique, em que Paulo Sérgio Martins pediu aparte, e de Romildo Antônio, quando Madson teve negado o pedido.

Ele voltou

Irineu Romanato Filho, combativo defensor da saúde em Jundiaí, aproveitou a volta da Tribuna Livre presencial para fazer críticas em relação às gerentes das UBSs. Ele citou um problema ocorrido na unidade do Morada das Vinhas como exemplo de muitas reclamações de pacientes e pediu que a Comissão de Saúde da Câmara Municipal faça um “trabalho mais aprofundado e perfeito” sobre os casos apontados.

Ele voltou 2

Marcelo Gastaldo (PTB) explicou que já solicitou providências à gestão de Promoção da Saúde em relação à denúncia feita por Romanato e o presidente da Comissão de Saúde, José Antônio Kachan Junior (DEM), anunciou que uma reunião já estava marcada com o gestor Tiago Texera para tratar especificamente deste assunto.

LGTBQI+

Também na Tribuna Livre, o professor Valdileno Arcanjo dos Santos Junior criticou a moção do vereador Madson Henrique (PSC), em apoio ao projeto de lei (PL) da deputada estadual Marta Costa (PSD). A iniciativa proíbe a publicidade, através de qualquer veículo de comunicação e mídia, de material que contenha alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionados a crianças no Estado de São Paulo.

LGBTQI+ 2

Valdileno disse que a população LGBTQI+ representa 10% do total de habitantes de Jundiaí (estimado em 423 mil pessoas) e que merecem respeito como qualquer cidadão. “Esse PL é inconstitucional porque violenta as nossas vidas. Querem que pessoas como eu não sejam representadas em marketing e propagandas publicitárias. É necessário respeito a todas as pessoas, como a Constituição diz, sem distinção. Por mais que existam pautas como essas, nossa luz colorirá ainda mais. Não se pode esconder um arco-íris no horizonte. Somos cidadãos brasileiros, contribuímos como qualquer um de vocês. LGBT não é má influência!”

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Na fala, o professor citou que Madson havia retirado a moção e o parabenizou pela atitude. O vereador, no entanto, reafirmou o posicionamento de apoio ao projeto de lei da deputada estadual. “Não retirei a moção. Estou aqui para votar aquilo que acredito”. Por fim, após toda a confusão envolvendo o projeto de Paulo Sérgio Martins, a moção caiu por falta de quórum no plenário – haviam apenas sete vereadores no momento – o que deixou Madson bastante irritado.

Veto à multa

A moradora Carmem Silvia Pierobon questionou os vereadores sobre a decisão de manter o veto ao projeto de lei que determinava multa de R$ 9 mil para responsáveis por aglomerações desnecessárias no município. “Por que aceitaram o veto ao projeto que determinava multa para aglomerações na cidade? A questão não é nem o valor da multa, mas o veto vem contribuir com a impunidade, injustiça social, acentuando mais as diferenças nas classes sociais do Brasil. Essa atitude me lembra a triste frase que temos de engolir do nosso ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles): deixa passar a boiada”. Ninguém respondeu.

Presente

O vereador Cícero Camargo da Silva (PL) disse que comemorou os 63 anos de vida com o melhor presente que poderia receber: a vacina contra a Covid19. A faixa etária dele teve início no Plano Nacional de Imunização (PNI). “Espero que todos os brasileiros possam tomá-la para que a vida siga e nós possamos retomar nossa economia”, destacou.

Vacina para motoristas

Romildo Antônio (PL) disse que teve uma reunião com o prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB) junto com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Ataíde, para tratar da vacinação de motoristas do transporte coletivo da cidade. “O governador anunciou que vai imunizar (a categoria) dia 18 e firmamos essa conversa para que se defina um local em que eles tenham facilidade para receber as doses da vacina. Isso será anunciado em breve pelo sindicato”.

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