
Nesta sexta-feira (28), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou do cargo o governador do RJ, Wilson Witzel, por irregularidades no setor de saúde do estado.
O afastamento não permite mais a comunicação do governador com funcionários e utilização dos serviços do governo do estado, por seis meses, inicialmente.
A equipe de defesa do governador diz que recebeu a decisão com surpresa e “tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade”. Em nota, informaram que os advogados estão aguardando o acesso ao conteúdo de acusação para tomar medidas cabíveis.
Investigação da PF
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também denunciou Witzel e mais oito pessoas por corrupção, incluindo a primeira-dama, Helena Witzel. As investigações mostram que o governador operava negócios que envolviam propina de fornecedores da saúde. A PGR solicitou a prisão do governador, mas o STJ não autorizou a medida.
As acusações são relacionadas a pagamentos efetuados por empresas ao escritório de advocacia de Helena Witzel. De acordo com a acusação, as empresas teriam contratado os serviços do escritório da primeira-dama para realizar transferências dos empresários Mário Peixoto e Gothardo Lopes Netto para o governador.
De acordo com os investigadores, o escritório da primeira-dama não tinha nenhum funcionário e nem realizava nenhum outro tipo de serviço. Os pagamentos eram feitos por meio de contratos com pelo menos quatro empresas do segmento de saúde que tinham ligação com membros de organizações criminosas.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a empresa “laranja” de Helena Witzel recebeu, entre agosto de 2019 e maio de 2020, mais de R$ 550 mil.
Na investigação da Polícia Federal, o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, recebeu um mandado e foi preso. A defesa declarou em nota que o pastor “sempre esteve à disposição de todas as autoridades e reitera sua confiança na Justiça”.
A operação tem, até o momento, 17 mandados de prisão (seis preventivas e 11 temporárias) e 72 mandados de busca e apreensão.
A lista atualizada de denunciados pelos atos de corrupção da operação contém: Wilson Witzel, Helena Witzel, Lucas Tristão, Mário Peixoto, Alessandro Duarte, Cassiano Luiz, Juan Elias Neves de Paula, João Marcos Borges Mattos, Gothardo Lopes Netto.