Moares
Oposição articula CPI para investigar relação de Alexandre de Moraes com o Banco Master (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Parlamentares da oposição no Congresso Nacional vão articular a apresentação de um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a relação entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o Banco Master.

A iniciativa será liderada pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que informou, por meio de suas redes sociais, que pretende iniciar a coleta de assinaturas para a abertura da CPI após o recesso legislativo.

Segundo o parlamentar, o objetivo é investigar notícias sobre um contrato entre o Banco Master e o escritório de advocacia ligado à família do ministro, no valor de R$ 129 milhões, além de informações sobre uma suposta atuação direta de Moraes em favor da instituição financeira.

O que motivou o pedido de CPI

As articulações ganharam força após reportagem da jornalista Malu Gaspar, colunista de O Globo, publicada nesta segunda-feira (22). De acordo com a apuração, Moraes teria procurado o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, ao menos quatro vezes para pressionar em favor do Banco Master.

Ainda segundo a colunista, Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, mantém um contrato de prestação de serviços com o banco por meio de seu escritório de advocacia. O acordo previa o pagamento de R$ 3,6 milhões mensais durante três anos, a partir de 2024.

Conversas e contexto internacional

Já a jornalista Daniela Lima, do UOL, informou que as conversas entre Moraes e Galípolo tinham como tema central a aplicação da Lei Magnitsky, legislação internacional que prevê sanções contra autoridades acusadas de violações de direitos humanos ou corrupção. Nesse contexto, segundo fontes citadas, o caso envolvendo o Banco Master teria sido mencionado.

O banco pertence ao empresário Daniel Vorcaro, que foi preso em novembro durante uma operação da Polícia Federal. Posteriormente, o Banco Central determinou a liquidação da instituição financeira.

Nota de Alexandre de Moraes

Em nota oficial, a assessoria de Alexandre de Moraes afirmou que as reuniões citadas tiveram como finalidade exclusiva tratar dos impactos da Lei Magnitsky. Segundo o esclarecimento, o ministro se reuniu com representantes do sistema financeiro, incluindo o presidente do Banco Central, dirigentes do Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, BTG, além de líderes da Confederação Nacional das Instituições Financeiras e da Febraban. Ainda conforme a nota, em todos os encontros foram discutidas apenas as consequências da aplicação da lei, especialmente no que se refere à manutenção de contas bancárias, cartões de crédito e débito, sem qualquer outro tema relacionado.