Quezia de Lucca
Foto: Instagram/queziajundiai

A vereadora de Jundiaí, Quézia de Lucca, desistiu de sua pré-candidatura a deputada estadual e declarou apoio à ex-deputada Rita Passos, filiada a outro partido. O anúncio provocou repercussão imediata dentro do Partido Liberal (PL) e gerou críticas internas sobre suposta quebra de fidelidade partidária.

A parlamentar usou suas redes sociais para se posicionar, denunciando o que chamou de “machismo político” por trás das reações.

Quézia de Lucca se manifesta após críticas: “Foi machismo, não política”

Em nota publicada nas suas redes sociais, Quézia declarou que foi alvo de gritos, intimidações e palavras duras, principalmente vindas de homens do meio político. Ela afirmou que sua decisão de não concorrer a deputada estadual foi motivada por questões pessoais e familiares, especialmente pelos cuidados diários com seus pais.

“Antes de qualquer cargo, antes de qualquer sigla, eu sou filha. Tenho uma mãe de 86 anos e um pai de 92. Moro com eles. Cuido deles. Todos os dias.”

A vereadora afirmou ainda que muitos ignoraram sua realidade pessoal e reagiram com agressividade à sua escolha, transformando uma decisão legítima em uma tentativa de controle e silenciamento.

“Isso dói. Dói porque não foi política. Foi machismo.”

Em sua manifestação, ela reiterou que sua prioridade é Jundiaí, e que sua decisão busca fortalecer a cidade por meio da união de forças com Rita Passos. A vereadora defendeu o caráter e a competência da ex-deputada, além de seu compromisso com a população.

“Vamos mostrar que a união sempre dá certo. (…) Missão dada. Missão cumprida. Pelos meus pais. Pelas mulheres. E por Jundiaí.”

Diretriz nacional do PL proíbe apoio externo

A decisão da parlamentar vai contra a Resolução Administrativa nº 010/2025 da Comissão Executiva Nacional do PL, que proíbe apoio público a candidatos de outras siglas. O descumprimento pode levar à perda de direitos partidários, conforme o Código de Ética da legenda.

O episódio gerou surpresa também por contrastar com discursos anteriores da própria vereadora, que, recentemente, foi defensora da fidelidade partidária durante votações internas na Câmara.

Presidente do PL Jundiaí reitera: “Decisão foi pessoal”

Procurado pelo Tribuna de Jundiaí, o presidente do PL em Jundiaí, Adilson Rosa, afirmou que soube da desistência da parlamentar pelas redes sociais. Segundo ele, a decisão foi de cunho pessoal e precisa ser analisada com empatia, especialmente em função das questões familiares enfrentadas por Quézia.

Rosa também relembrou que foi mentor político da vereadora em um programa de capacitação promovido pelo partido. Ele ressaltou que disputar eleições é um direito e não uma obrigação, e esclareceu que eventuais penalidades por quebra de fidelidade partidária são de responsabilidade da Executiva Estadual do PL, e não da esfera municipal.

PL reafirma compromisso com Jundiaí e região

Em nota, o Partido Liberal declarou que respeita a decisão individual da vereadora e reforçou seu compromisso com Jundiaí e municípios vizinhos. A legenda afirmou que segue trabalhando de forma transparente e estratégica, preparando candidaturas próprias tanto para a Assembleia Legislativa quanto para a Câmara Federal.

O partido também reiterou que sua atuação é baseada na confiança de seus eleitores e na defesa dos princípios que norteiam sua atuação política, mantendo o foco em projetos que fortaleçam a região.

Com o caso agora sob análise da Executiva Estadual, o futuro de Quézia de Lucca dentro do PL é incerto.