Jair Bolsonaro. (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Foto: Marcos Corrêa/PR/Flickr

O Tribunal Superior Eleitoral foi notificado pela Polícia Federal que, nas redes sociais, canais bolsonaristas atuam com o objetivo de “diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira” e usam como estratégia ataques aos veículos tradicionais de informação (jornais, rádio, TV etc). Esse método também foi aplicado na campanha contra as urnas eletrônicas.

Segundo a PF, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro replicam uma estratégia de comunicação utilizada nas eleições de 2016 nos EUA, atribuída a Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, e também na eleição presidencial vencida por Bolsonaro em 2018.

Os dados constam no pedido feito pela PF e que levou o TSE a suspender os repasses das plataformas para os canais bolsonaristas dentro do inquérito administrativo que apura os ataques do presidente ao sistema eletrônico de votação. Segundo a PF, essa engenharia consiste no uso de múltiplos canais da rede mundial de computadores — especialmente as redes sociais — e na contestação de ideias antagônicas por meio da desqualificação do adversário.

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Para a delegada Denisse Ribeiro, que assina o relatório, essa prática transforma ideologia em mercadoria. “Além disso, promove ataque aos veículos tradicionais de difusão de informação (jornais, rádio, TV etc.), de modo a atingir o seu público de forma direta, horizontal, ao dissipar a distinção entre o que é informação e o que é opinião”, diz o texto.

A PF afirmou, ainda, ao TSE ter identificado a mesma prática em relação à difusão de supostas fraudes no processo eleitoral com o emprego de urnas eletrônicas, “tendo como figura central, neste caso específico, o Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.