
A urna eletrônica substitui os votos impressos nas eleições do Brasil há 25 anos, mas ainda assim era algumas dúvidas sobre sua eficiência e segurança. Por isso, o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, Giuseppe Janino, explica como o aparelho funciona, e garante que o método é seguro e que até hoje não houve qualquer indício de fraude.
“A urna eletrônica já nasceu com preceito de segurança, que é ser um equipamento totalmente desconectado a qualquer meio de comunicação. Ela não tem comunicação com Wi-fi, bluetooth, não tem comunicação via internet. Ou seja, é um equipamento que foi projetado para ser isolado. E isso é um preceito de segurança. Então um hacker jamais conseguiria invadir a urna eletrônica utilizando dessas ferramentas”, disse.
A votação realizada através da urna eletrônica chegou no Brasil em 1996, e resolve problemas e limitações do voto em papel, como a lentidão na apuração e a possibilidade de erros no processo. Durante os 25 anos, as urnas já passaram por atualizações, como a aplicação da assinatura digital do software, criação do Registro Digital do Voto e a implementação da identificação biométrica.
Nas votações, a urna não opera conectada à internet, e nem mesmo ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral. Os aparelhos têm camadas de sistemas de segurança que impedem a invasão por terceiros e acesso às informações armazenadas ali. De acordo com o TSE, essas etapas é a maior garantia contra violações nas corridas eleitorais.
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Desconfiança
Segundo Amilton Augusto, advogado especialista em direito eleitoral, a maior parte dos eleitores que desconfiam do voto por urna eletrônica não conhecem o funcionamento da máquina. “Não há nada hoje, como defende o presidente do TSE, que comprove eventual falha na urna eletrônica. Não há uma forma sequer. Há vídeos fakes rodando na internet que mostraria uma votação em determinado candidato, mas já foi mostrado que é fraude alguns dos vídeos. O fato é isso, surgiu dos próprios eleitores que desconhecem a forma de votação”, afirmou o especialista à Jovem Pan.
Ainda assim, a deputada Bia Kicis, autora da proposta para trazer de volta o voto impresso, contestou as garantias do STF. “Não dá pra gente provar que há fraude, pelo menos eu não consigo provar. Os técnicos dizem que há maneiras até de provar alguma fraude. Mas o TSE diz que também não há forma de provar que não há, a única coisa que pode dizer é ‘confie, o sistema é auditável, transparente e seguro’. E quando você começa a estudar, começa a aprofundar você vê que não é transparente, não é seguro e não é auditável”, comentou.