Guilherme Boulos e Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução

Após ter recebido uma intimação da Polícia Federal por causa de uma publicação no Twitter contra Bolsonaro, Guilherme Boulos fez uma transmissão ao vivo nesta quarta-feira (21), criticando o presidente. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) se tornou alvo de um inquérito por causa de um tuíte irônico feito há um ano.

Na publicação, Boulos escreveu: “um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina”. Boulos escreveu a postagem em resposta a uma afirmação do presidente de que “eu sou a Constituição”. A declaração faz alusão à frase atribuída a Luís XIV, rei da França, no século 17: “O Estado sou eu”.

A mando do Ministério da Justiça, a investigação sobre a “ameaça” de Boulos tem base na Lei de Segurança Nacional (LSN), mecanismo criado na ditadura militar.

“Em vez do ministério da Justiça se preocupar em ir atrás das rachadinhas do [Fabrício] Queiroz, que estava agora essa semana fazendo de novo esquema com o governo do estado do Rio de Janeiro, em vez de ir atrás das rachadinhas e todos esses absurdos que estamos vendo dentro do próprio governo Bolsonaro, em vez de investigar o descaso em relação à pandemia, o boicote às medidas sanitárias e as vacinas, a gente tem um Ministério da Justiça que botou a Polícia Federal, dinheiro público, pra investigar um tuíte”, comentou Boulos.

Depoimento

De acordo com o psolista, este inquérito contra ele é uma “intimidação” e “perseguição política”. Isso porquê essa lei também vem sendo usada para processar e prender outras pessoas que criticam o governo de Bolsonaro. Durante sua live, Boulos diz que o presidente “adora uma ditatura”.

“O que ele quer é o pensamento único, sufocar todas as oposições, não ter ninguém que questione esse genocídio que ele está praticando no Brasil, e tenta aparelhar o estado brasileiro pra suas finalidades políticas”, declarou Boulos.

O líder social afirma ainda que prestará o depoimento para a Polícia Federal na próxima semana, e que não está intimidado. “Isso só reforça nossa disposição de lutar contra esse governo que está matando gente”, afirmou. Boulos também diz que Bolsonaro estaria “desesperado” com a CPI da Covid no Senado e uma cada vez mais concreta possibilidade de impeachment.

Boulos disse ainda que irá trabalhar para tirá-lo da presidência. “Vamos seguir na linha de frente contra esse genocida, tirar o Bolsonaro, inclusive, antes de 2022, porque o Brasil não aguenta. Esse desespero, como um bicho acuado, ele traduz em agressão, em autoritarismo”, disparou. “Ô, seu Jair, nós não vamos recuar um passo, vamos para cima para tirar você da presidência”, completou.

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