
Agosto é marcado pelo Agosto Dourado, mês de conscientização sobre a importância da amamentação. A cor simboliza o padrão ouro de qualidade do leite materno, considerado insubstituível para o desenvolvimento saudável dos bebês.
Para reforçar essa pauta, o Tribuna de Jundiaí entrevistou Jéssica Pereira, especialista em amamentação e cuidados com o bebê, que falou sobre benefícios, desafios, mitos e a importância do apoio da sociedade para mães que amamentam.

Benefícios para o bebê e para a mãe
Segundo Jéssica, os ganhos começam desde a primeira mamada. “A primeira mama do bebê com o intuito de possibilitar o contato da mãe com o bebê imediatamente após o parto, este momento foi idealizado para promover a continuação do vínculo que começou durante a gestação e ajudar o bebê na transição do útero para o ambiente externo. Além do vínculo, o leite materno é saudável para o bebê”, afirma.
O leite materno é dinâmico, rico em anticorpos e se adapta às necessidades da criança. “Ele se modifica de acordo com a necessidade do bebê até o último dia que ele mama. Caso o bebê fique doente, a recuperação é mais rápida. É um leite dinâmico e de fácil digestão”, explica.
Para as mães, os benefícios também são amplos. “Ao estímulo da sucção que causa contrações uterinas diminuindo o sangramento pós-parto diminuindo as chances de anemia”, ressalta a especialista. Além disso, o aleitamento reduz o risco de câncer de mama e ovário, auxilia na prevenção da depressão pós-parto e ainda gera economia financeira.
Principais desafios da amamentação
Entre as dificuldades mais comuns estão a dor ao amamentar e a baixa produção de leite. Para Jéssica, informação é essencial:
“Costumo dizer que a amamentação inicia na gestação, com informação. Não há preparo físico para as mamas, mas há informação e cartas na manga para agir diante de históricos que podem atrapalhar o mecanismo da amamentação. Buscando informações ainda na gestação, deixará essa mulher mais confiante do que está por vir”.

A importância da rede de apoio
Jéssica lembra que a amamentação não é responsabilidade apenas da mãe. “Existe um provérbio africano que diz ser ‘preciso uma aldeia inteira para educar uma criança’. Eu reforço isso na amamentação, é preciso uma família, uma sociedade reforçando e apoiando a amamentação para gerar confiança e mostrar para essa mulher que ela não está sozinha”.
Ela defende políticas públicas e condições dignas de licença-maternidade e paternidade, que assegurem o direito da mulher de amamentar com segurança em casa e em ambientes públicos.
Amamentação e carreira profissional
Conciliar o aleitamento com a volta ao trabalho exige planejamento. “Primeiro passo é reconhecer os direitos trabalhistas (pausas para ordenha, local apropriado para amamentar ou armazenar o leite). Realizar uma rotina de extrações de leite para finalidade de manutenção na produção de leite, estoque de leite para o bebê, e cuidado da saúde das mamas da mamãe”, orienta.
Ela acrescenta que a adaptação pode incluir creches ou cuidadores, desde que seja preservada a oferta segura do leite materno.
Amamentação além da nutrição
Para Jéssica, amamentar vai muito além de alimentar. “Amamentação é segurança, saudade, carinho, aconchego. O seio materno possui atrativos para o bebê, e um deles é um cheiro específico que lembra o útero. Para um bebê que acabou de chegar aqui, o seio materno é o lugar mais seguro para a adaptação do bebê”, explica.
Esse contato fortalece o desenvolvimento emocional, ajudando o bebê a lidar com estresses e frustrações ao longo da vida. Estudos comprovam que crianças amamentadas com afeto tendem a desenvolver maior autoestima, empatia e segurança emocional.
Agosto Dourado: união contra mitos
“O Agosto Dourado é um convite para toda a sociedade se unir em torno da amamentação. Os benefícios não são exclusivos para mãe e bebê, mas sim para sociedade. A conscientização resulta em menos internações, redução da mortalidade infantil e adultos mais saudáveis”, afirma a especialista.
Ela também alerta para os principais mitos ainda presentes:
- “Passar bucha vegetal para calejar o peito” – prática dolorosa e sem respaldo científico.
- “Leite fraco ou que vira água na amamentação prolongada” – todo leite materno é completo e adequado.
- “Sentir dor faz parte do processo” – dor é sinal de que algo está errado e precisa ser corrigido.
A amamentação é um ato de amor, saúde e resistência. Com informação, apoio familiar, políticas públicas adequadas e combate a mitos, mães e bebês podem vivenciar esse momento com mais segurança e prazer.
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