Hambúrguer com bacon
Gordura trans aumenta a validade dos alimentos. (Foto: pixabay)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai banir, de maneira gradual até 2023, a gordura trans no mercado alimentício brasileiro.

A proposta, aprovada por unanimidade na terça-feira (17), tem o objetivo de proteger a saúde da população. “O consumo elevado é nocivo à saúde por favorecer o surgimento de problemas cardiovasculares e aumentar o risco de morte por essas doenças”, defendeu a Agência.

A redução do uso do produto ocorrerá em três fases:

  1. Limite de 2% de sua presença na produção de óleos refinados, com prazo de 18 meses para adequação.
  2. Limite de 2% de sua presença nos produtos em geral, industrializados e comercializados no varejo e no atacado, a ser colocado em vigor entre 1º de julho de 2021 e 1º de janeiro de 2023;
  3. Banimento da gordura parcialmente hidrogenada, a principal fonte de gorduras trans industriais nos alimentos, a partir de 1º de janeiro de 2023.

Como alternativa para a indústria, a Anvisa sugere a substituição do item pelo ingrediente de origem natural, mais seguro para o consumo, encontrado em carnes, banha, queijos, manteiga e iogurtes.

Tendência mundial

A gordura trans é usada na indústria para dar mais sabor, crocância e aumentar o prazo de validade dos alimentos. Formada através de um processo químico, em que óleos vegetais são transformados em ácidos graxos trans, sua redução ou banimento já foram adotados por, pelo menos, 49 países.

Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina, África do Sul, Irã e nações da União Europeia criaram medidas regulatórias para controles dos ácidos.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do seu novo pacote de medidas REPLACE, também recomendam a eliminação deste componente da dieta da população.

“O uso de gorduras trans industriais em alimentos está associado a cerca de 160 mil mortes nas Américas, a cada ano”, afirma a Anvisa.

“Em todo o mundo, são aproximadamente 500 mil óbitos por ano, segundo a OMS. No Brasil, estima-se que, em 2010, o consumo excessivo foi responsável por 18.576 mortes por doenças coronarianas, 11,5% do total de óbitos por essa causa no país”, ressalta.

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Fonte: HuffPost