
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo começará a distribuir dose única da vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano) no Sistema Único de Saúde (SUS). A recomendação é para imunização de crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. O objetivo é ampliar a cobertura vacinal nessa faixa etária.
Além disso, imunossuprimidos e vítimas de violência sexual também podem receber a vacina na rede pública de saúde. Estes continuarão com o esquema recomendado pelo Ministério da Saúde, de duas ou mais doses, conforme cada caso.
A vacina, distribuída gratuitamente pelo SUS, age contra o papilomavírus humano dos subtipos virais 6, 11, 16 e 18 (recombinante). A imunização é a principal forma de prevenção contra o aparecimento do câncer do colo de útero. Os tipos 16 e 18 contidos na vacina causam cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero, que é a quarta maior causa de morte entre as mulheres no Brasil.
De acordo com a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, Tatiana Lang D’Agostini, a adoção do esquema de dose única pode aumentar a cobertura vacinal. “O Brasil segue a adesão abaixo da média e, por isso, a nova estratégia pode ampliar a cobertura vacinal para a população do estado, e consequentemente, intensificar a proteção contra o câncer de colo de útero decorrentes do HPV”.
Cobertura vacinal contra HPV
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 80% da população sexualmente ativa será contaminada pelo HPV, em algum momento da vida. O vírus é responsável pela infecção da pele ou mucosa (oral ou genital) de homens e mulheres, sendo transmitido majoritariamente por meio de relações sexuais. A maioria das pessoas não apresenta sintomas e podem não saber que estão infectadas, já que o vírus pode passar anos sem manifestar-se no organismo.
Até 2023, a cobertura vacinal em todo o estado de São Paulo foi de 77,1% na primeira dose para meninas, mas caiu para 60,6% na segunda dose. Enquanto isso, para os meninos, a cobertura vacinal no ano passado foi de 53,2% na primeira dose e apenas 33,7% na segunda.
As autoridades de saúde reforça que para os homens, a vacina pode proteger contra o câncer de pênis, orofaringe e ânus. Além disso, a imunização previne mais de 90% das verrugas genitais.
A vacinação contra o HPV está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos Serviços de Atenção Especializada (SAE) e nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Quem pode se vacinar gratuitamente pelo SUS
- Meninas e meninos de 9 a 14 anos
- Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)
- Vítimas de abuso sexual
- Pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PRR)
Vacinação contra HPV nas Escolas
Desde o dia 18 de março, a Secretaria de Estado da Saúde iniciou a Campanha de Multivacinação contra doenças preveníveis nas escolas públicas de ensino infantil, fundamental e médio. A estratégia de vacinação, que vai até o dia 19 de abril, busca ampliar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e com os municípios que serão os executores da ação.
Com foco nas crianças e adolescentes menores de 15 anos, não vacinadas ou com esquemas incompletos de acordo com o Calendário Vacinal, as equipes de vacinação vão até as escolas para ampliar o acesso e incentivar a cultura da imunização, além de disseminar ações educativas de saúde entre os alunos.
As vacinas disponibilizadas protegem contra HPV (entre 9 e 14 anos de idade), Poliomielite, Meningocócica C Conjugada, Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola), Febre amarela, Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae b), Meningocócica ACWY e Covid-19.
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