Gestante pandemia
Foto: Reprodução/Pierre Ogeron/Getty Image

Enfrentar a pandemia no dia a dia não é uma tarefa fácil, mas o novo coronavírus se torna um obstáculo ainda maior quando se encontra com aquele que deveria ser o melhor dia da sua vida. Desde março de 2020, gestantes têm encarado medos de perto para ter a experiência do parto em meio a uma crise sanitária global.

De acordo com a jornalista Lívia Haddad, líder da comunidade Mães de Jundiaí, a maioria dos relatos de preocupação das mulheres que darão a luz em breve aborda a questão: “Quem poderá estar comigo neste momento?”

“Elas já entenderam que não tem visita, então as maiores dúvidas são: como está funcionando a questão de acompanhantes? O marido pode acompanhar o parto? Além da questão de ter ou não a doula”, explica Lívia. Atualmente, o grupo Mães de Jundiaí tem mais de 19 mil participantes.

Com picos de contágio seguidos de sinais de melhora na pandemia, as unidades hospitalares de Jundiaí precisam constantemente mudar as regras de acompanhante durante os partos.

Karina Honório foi uma das “sortudas”. Ela deu à luz sua filha no dia 02 de março de 2021, pouco antes do decreto da fase roxa do Plano São Paulo. No Hospital Universitário (HU), a partir do dia 12 de março, a gestante poderia ter apenas um acompanhante, e o acesso de doulas ficou temporariamente proibido.

Segundo Karina, sua maior preocupação antes do parto era ter que trazer sua filha ao mundo em parto natural, e usando máscara. “Eu pensei: ‘Vai me faltar oxigênio’. Mas, na hora, a gente não pensa nisso. Foi a última coisa que eu pensei”, comenta.

Orientação prévia e preparação

O ginecologista e obstetra Juan Carlos Menacho Melgar atende mulheres e gestantes no Hospital Paulo Sacramento e no Hospital Universitário, em Jundiaí. De acordo com ele, a equipe médica já seguia inúmeros protocolos de segurança antes da pandemia. A principal mudança foi o reforço de higienização e a obrigatoriedade do uso de máscaras também para os pacientes e acompanhantes.

Dr. Juan também conta que, durante as últimas semanas da gestação, as gestantes recebem orientações adequadas e são apresentadas aos protocolos de precaução durante todo o procedimento para que não fiquem tão preocupadas na hora.

Sobre casos de contaminação dentro da maternidade, o médico afirma que tiveram casos em Jundiaí. “Tivemos muitos casos confirmados principalmente durante a gestação. Na grande maioria das vezes são casos leves que não necessitaram internação”, explica. O médico chegou a destacar uma morte na maternidade, no primeiro pico da Covid19, em 2020. Por isso, os cuidados antes, durante e depois do parto são tão essenciais neste período pandêmico.

Hospital Universitário terá capacitação de emergências obstétricas
Hospital Universitário de Jundiaí (Foto: Reprodução/HU)

Karina, que teve sua filha no HU, reforça que na unidade recebeu um ótimo atendimento. “Eu acredito que o hospital estava bem preparado. Os funcionários sempre usando máscara, passando álcool em cada objeto que nos ofereciam”, comenta.

A jundiaiense ainda e ressalta a importância da vacinação contra Covid19 neste momento. “Eu comentei com uma funcionária da limpeza e perguntei se ela havia sido vacinada, e ela me respondeu que sim. Isso traz mais confiança e mais segurança para nós que estamos lá”.

Dados do Hospital Universitário ainda mostram que o número de partos na pandemia, ao contrário do que se esperava, não teve diferença da época anterior. Em 2019, o hospital registrou 3.537 partos e, em 2020, 3.564 bebês vieram ao mundo na unidade.

[tdj-leia-tambem]