
Durante a coletiva de imprensa desta quarta-feira (27), em que o governador João Doria confirmou a iniciada de uma nova quarentena, que chamou de “quarentena consciente”, os especialistas do comitê que analisa ações contra o coronavírus voltaram a falar sobre os efeitos das medidas de distanciamento adotadas no Estado.
O médico Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, o secretário de Saúde, José Henrique Germann e João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ex-ministro Mandetta, mostraram que, sem isolamento social, São Paulo teria 950 mil casos de Covid-19. Com isolamento, foram 84 mil casos.
“As pessoas que dizem que as medidas que foram tomadas pelos governadores, pelos prefeitos não surtiram efeito no achatamento da curva. Isso não é verdade e isso precisa ser contestado com muita veemência. Não pode ser dito – e alguns tão dizendo isso que apesar de tudo, ocorreram a quantidade de óbitos que temos em São Paulo e quantidade de óbitos que temos no Brasil. Na verdade, deveríamos dizer que apesar de todas as medidas, este foi o número de casos, número de óbitos que ocorreram. E ele é muito menor do que se não tivéssemos feito, se não tivéssemos tomado todas essas medidas”, disse Gabbardo, agora membro do Comitê de Contingência para Coronavírus de São Paulo.
“Até o dia 31 de maio, a quarentena em São Paulo vai salvar 65 mil vidas”, disse Doria.
“Abrimos sete hospitais de campanha, aumentamos em 60% o número de leitos em hospitais públicos, já temos 600 novos respiradores em operação”, afirmou o governador.
O isolamento social da população fez com que as unidades de saúde não entrassem em colapso, a medida fez com que o poder público ganhasse tempo e preparasse a Saúde estadual para receber uma demanda maior de pacientes com síndromes respiratórias.
Mais de 6 mil novos profissionais foram contratados e 3,3 milhões de testes foram adquiridos.
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O governo também afirmou que embora o número de casos ainda seja crescente, há evidências de desaceleração da epidemia.
Em 15 de março, por exemplo, São Paulo era responsável por 68% dos casos confirmados de todo o Brasil. No dia 25 de maio, essa proporção era de 22%. Em mortes, houve a mesma redução: de 68% (em 01/4) para 26% (25/5).