Nesta quarta-feira (11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a liberação para que os testes clínicos da Coronavac sejam retomados no Brasil. O imunizante contra a Covid-19 está sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

“A ANVISA entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG [evento adverso grave] inesperado e a vacina”, informou a agência em nota.

Além disso, a Anvisa também disse que não divulgará detalhes do evento adverso “em respeito à privacidade e integridade dos voluntários de pesquisa”.

“Óbito não relacionado à vacina”

Na noite da segunda-feira (9), a agência tinha suspendido os estudos alegando um “evento adverso grave”, mas sem especificar o ocorrido. Com isso, o Instituto Butantan, que tem parceria com a Sinovac para a produção da vacina para o Brasil, solicitou esclarecimentos sobre a suspensão. Logo depois do anúncio, o diretor do Instituto, Dimas Covas, se pronunciou dizendo “estranhar” a decisão da Anvisa, já que o “evento adverso” comentado se tratava de um “óbito não relacionado à vacina”.

Já na terça-feira (10), foi divulgado pela TV Globo que a causa da morte do voluntário em questão foi suicídio. Logo depois, o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse em coletiva de imprensa que “objetivamente, não havia essa informação [sobre a causa da morte] entre as que recebemos ontem [segunda-feira]”.

De acordo com Torres, a suspensão dos testes foi baseada em falta de informações. Porém, o Butantan afirma que enviou cópias das notificações relacionadas à morte do voluntário para Anvisa duas vezes.

Após o anúncio da suspensão dos testes da Coronavac, o presidente Jair Bolsonaro publicou em uma rede social que a decisão da Anvisa era “mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, dizia o texto.
O acordo da produção da Coronavac entre o Instituto Butantan e a Sinovac já foi motivo de disputa entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente Bolsonaro. Em outubro, o Ministério da Saúde anunciou a compra das vacinas desenvolvidas pelo laboratório chinês, no entanto, a decisão foi desautorizada pelo chefe de estado.

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Com informações do G1.