Foto de tubos de ensaio em laboratório
Foto: Polina Tankilevitch/Pexels

Nesta sexta-feira (11), a farmacêutica AstraZeneca anunciou que será estudada a possibilidade de combinar sua vacina experimental junto com a Sputnik V, desenvolvida na Rússia. O imunizante da farmacêutica está sendo desenvolvido junto da Universidade de Oxford, e a vacina russa está sob responsabilidade do Instituto Gamaleya.

O experimento foi sugerido pelos próprios desenvolvedores da Sputnik V. Os cientistas fizeram uma postagem no Twitter propondo que a AstraZeneca testasse a combinação das duas vacinas para aumentar sua eficácia. Até agora, os pesquisadores da Rússia não publicaram os dados de eficácia da Sputnik V em revista científica, ao contrário da AstraZeneca/Oxford.

As duas vacinas utilizam tecnologia semelhante para o desenvolvimento, com um vetor viral. Para isso, os cientistas usam um outro vírus, modificado, para que seja introduzido parte de um material genético do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no organismo. Assim, é possível induzir a resposta imune de defesa do corpo.

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Em ambas, da AstraZeneca e da Gamaleya, o tipo de vírus responsável por “carregar” o coronavírus para o corpo é o adenovírus. Além disso, as duas devem ser aplicadas em duas doses.

A diferença entre elas é que, na vacina criada pela Oxford, os adenovírus utilizadas nas duas doses da vacina são iguais; já na Sputnik V, os elementos são diferentes. De acordo com os cientistas russos, esse fator é de grande vantagem do imunizante. Segundo eles “o uso de dois vetores diferentes para duas injeções vai resultar em uma eficácia maior do que usar o mesmo vetor para as duas injeções”.

O líder do fundo RDIF que financiou a vacina russa, Kirill Dmitriev, disse que a proposta mostra a força da tecnologia da vacina e “a nossa disposição e desejo para fazer parcerias com outras vacinas para combater a Covid-19 juntos”.

Eficácia

Este mês, a AstraZeneca e a Oxford anunciaram que o estudo de sua vacina contra a Covid-19 mostrou 90% de eficácia em voluntários que receberam a menos dosagem do imunizante. Esse resultado intrigou até os próprios cientistas.

Enquanto isso, a Sputnik V, que não teve os dados de eficácia publicados, teve uma eficácia “acima de 95%” 21 dias após a segunda dose, de acordo com o anúncio dos próprios pesquisadores, em novembro.

 

Com informações do G1.