Jair Bolsonaro. (Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo)
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

Nesta quinta-feira (1º), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que só irá decidir se tomará a vacina contra a Covid19 depois que “o último brasileiro for vacinado”. De acordo com ele, a posição é um “exemplo que o chefe tem que dar”.

“Depois que o último brasileiro for vacinado, se estiver sobrando uma vacina, eu vou decidir se me vacino ou não, esse é o exemplo que chefe tem que dar, igual no quartel”, disse Bolsonaro em transmissão semanal ao vivo em redes sociais, acrescentando que já foi contaminado com o vírus no ano passado.

Com 66 anos de idade, Bolsonaro já poderia se imunizar a partir deste sábado (3), em Brasília, quando a capital iniciará a vacinação de pessoas nesta faixa etária.

Mudança de discurso

Durante o período da pandemia, Jair Bolsonaro chegou a dizer diversas vezes que não tomaria a vacina, e ainda questionou o imunizante contra a Covid19. No entanto, recentemente vem mudando seu discurso, admitindo que há a possibilidade de ser imunizado.

Em uma das ocasiões, em 2020, quando os testes com a Coronavac tiveram de ser interrompidos, o presidente tomou a paralização como uma conquista pessoal.

“Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, publicou o presidente à época, insinuando que a Coronavac poderia causar “morte, invalidez e anomalias” após a morte de um voluntário, que se suicidou. O óbito não teve nenhuma relação com o imunizante. Atualmente, a Coronavac representa 80% das doses aplicadas no Brasil, e não tem nenhum relato de adversidade grave.

“Alguns falam que estou dando um péssimo exemplo. Ô imbecil, ô idiota que está dizendo dou péssimo exemplo, eu já tive o vírus, eu já tenho anticorpos, para que tomar de novo?”, chegou a questionar o presidente, ainda que fosse comprovado na época, que pessoas que já foram contaminadas poderiam contrair a doença de novo.

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