
A mudança na forma como o Ministério da Saúde divulga dados sobre o novo coronavírus aconteceu após o presidente Jair Bolsonaro determinar que o número de mortes ficasse abaixo de 1 mil por dia.
A decisão foi repassada ao ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, que entregou a demanda à equipe.
A sugestão da iniciativa partiu de um vídeo do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e apoiador do Bolsonaro. A publicação foi enviada pelo secretário-executivo da Saúde, coronel Elcio Franco Filho, para sua equipe.
Para não ultrapassar o limite estipulado pelo presidente, a solução foi separar óbitos registrados nas últimas 24 horas das que haviam ocorrido em dias anteriores, mas só confirmadas naquele período.
Até semana passada, o Ministério da Saúde somava todas mortes causadas pela doença em um mesmo dia, independente de quando ela havia ocorrido.
A estratégia surgiu para culpar a mídia e mostrar que não há uma escalada da doença “fora de controle”.
Bolsonaro quer provar que nunca houve mais de 1 mil mortes por dia, mas apenas a consolidação dos dados de pacientes que morreram em datas anteriores.
No entanto, o novo sistema pode causar divergências ao dividir o números. Por exemplo, um paciente que morreu ontem, mas só teve a comprovação hoje, não aparecerá mais na estática.
Nesta segunda-feira (8), em resposta à decisão, os veículos ‘O Estado de S. Paulo’, ‘Folha de S. Paulo’, ‘O Globo’, ‘Extra’, ‘G1’ e ‘UOL’ decidiram se unir e trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. O balanço será divulgado às 20h.
Com informações do Estadão