
O Brasil ultrapassou a triste marca de 400 mil vidas perdidas para a Covid19, nesta quinta-feira (29).No início da tarde de hoje, o total de vítimas chegou 400.021, e o de casos confirmados, 14.541.806. O número reflete o fracasso do país no combate à pandemia e aponta um dado ainda mais triste – o número de mortes pela doença está quatro vezes maior.
Entre os meses de março e abril, em apenas 36 dias, foram registradas 100 mil mortes, que indica um óbito a cada quatro vidas que foram perdidas para a doença desde março do ano passado. A marca dos primeiros 100 mil óbitos foi atingida quase 5 meses, em 149 dias, após a primeira pessoa morrer pela doença no país. Dos 100 mil para os 200 mil, passaram-se outros 5 meses – 152 dias. Mas para chegar aos 300 mil, foram necessários somente 76 dias, número que agora caiu quase pela metade.
A marca de 400 mil mortes foi atingida no mês mais crítico da pandemia no país. Foram mais de 76 mil vidas perdidas em apenas 29 dias de abril. Março, o mês anterior, que havia sido o recorde da pandemia, teve 66.868 mortes em 31 dias.
Média móvel de mortes
O mês de março teve tendência de alta na média móvel de mortes. Neste final de abril, a média de mortes está em queda, após vários estados terem adotado medidas rígidas de restrição em meio à segunda onda da Covid. Porém, o número segue em patamar preocupante, são mais de 2 mil vítimas diárias há mais de 40 dias, a maior média do mundo entre 9 de março e 25 de abril. Ao contrário do começo da pandemia, a taxa de internação de jovens só aumenta. Também crescem os relatos de mortes de pessoas fora dos grupos que eram considerados de risco.
Alerta na saúde, aglomerações e CPI
Os sistemas de saúde nos estados, que em grande parte viviam o auge do colapso ao longo de março, passam por uma leve folga no momento. As taxas de ocupação de leitos tiveram redução nas últimas semanas. Porém, com a lentidão do ritmo de vacinação no país e a volta de medidas de flexibilização, o alerta continua.
No país, são registradas aglomerações no transporte público em diversas cidades, além de festas clandestinas e encontros em estabelecimentos proibidos, que continuam ocorrendo.
No Congresso, senadores instalaram nesta semana a CPI da Covid, proposta para apontar os responsáveis pela devastadora crise de saúde que a pandemia causou no Brasil. Entre outros pontos, os parlamentares vão investigar por que a vacina está demorando tanto a chegar para os brasileiro e o que permitiu que o estado do Amazonas ficasse sem oxigênio para tratar os doentes.
Vacinação
A vacinação no país segue em ritmo lento. Cerca de 14% da população tomou a primeira dose e menos de 7%, a segunda. A meta de vacinar 1 milhão de pessoas por dia estabelecida pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, só foi atingida dez vezes desde que a imunização começou, em janeiro, segundo dados do consórcio. Na quarta-feira (28), foram 1.113.247 de doses aplicadas, entre primeiras e segundas doses.A escassez de doses assusta. Nesta semana, cidades de ao menos 18 estados interromperam a aplicação 2ª dose de CoronaVac, o principal imunizante usado no país.