Canabidional é testada como medicamento para covid longa
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Cientistas brasileiros estão preparando o primeiro estudo de fase 3, com testes em seres humanos, sobre os efeitos do canabidiol (CBD) medicinal no tratamento da síndrome pós-covid-19. Ocorrendo quando alguns sintomas persistem por 60 dias ou mais após o início da doença. 

Alguns especialistas acreditam que o CDB, um dos princípios ativos da Cannabis sativa, a maconha, seja extremamente eficaz na redução de problemas como: fadiga, fraqueza muscular, insônia, dores de cabeça e problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade relatados pelos pacientes. A ideia é recrutar cerca de mil voluntários para o estudo, previsto para começar em outubro deste ano.

Os sintomas são persistentes por causa de uma resposta imunológica exagerada do organismo ao vírus, que leva ao desequilíbrio da produção de proteínas do sistema imunológico, as citoquinas. O CBD, que  já tem eficácia comprovada contra quadros inflamatórios graves. 

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“Estudos internacionais já demonstraram o efeito anti-inflamatório do CBD, que pode ajudar a controlar essa ‘tempestade de citocinas’, a síndrome pós-covid leva a um comprometimento importante da qualidade de vida. São sintomas que podem persistir para além de três meses, como fadiga, astenia, fibromialgia, falta de ar, palpitações, dores no corpo, distúrbios de memória, distúrbios do sono.” diz o cardiologista Edimar Bocchi, do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, que será responsável pela nova pesquisa em parceria com a empresa canadense Verdemed, produtora do CBD medicinal.

A síndrome respiratória provocada pelo novo coronavírus, o Sars-CoV-2, pode tornar-se sistêmica atacando múltiplos órgãos. Um em cada dez pacientes apresenta problemas após oito meses, em geral a covid longa aparece em pacientes que tiveram quadros graves da doença. Mas essa modalidade já foi diagnosticada em quem nem foi hospitalizado.

A Verdemed já entrou com o pedido na Anvisa para o registro do produto, a intenção é vendê-lo no Brasil. A entidade espera conseguir a liberação para o início do próximo ano.

Com informações do jornal Estado de S. Paulo