Os trabalhadores comunitários verificam as informações dos residentes no distrito de Jiangan, em Wuhan, província de Hubei, na China Central Wuhan, o epicentro do novo surto de coronavírus (Foto: Governo da China)
Wuhan 08 02 2020 Os trabalhadores comunitários verificam as informações dos residentes no distrito de Jiangan, em Wuhan, província de Hubei, na China Central Wuhan, o epicentro do novo surto de coronavírus, está vasculhando as comunidades para garantir que todos os pacientes confirmados ou suspeitos sejam localizados e atendidos.Foto Governo da China

O coronavírus pode permanecer no ar por tempo indeterminado em ambientes abertos e nos interior de imóveis, segundo estudo publicado na revista ‘Nature. Com isso, o risco de contágio é substancialmente maior.

Partículas em suspensão do novo coronavírus, em aerossol, foram detectadas durante monitoramento ambiental em dois hospitais de tratamento de Covid-19 e de áreas públicas próximas a eles em Wuhan, na China.

No entanto, o estudo realizado por cientistas chineses não conseguiu determinar o potencial de infecção do vírus em suspensão no ar. Segundo os pesquisadores, o número de amostras analisado é pequeno, mas a descoberta é importante o suficiente para alertar sobre a necessidade dos cuidados básicos, como desinfecção, ventilação e distanciamento social.

O estudo foi desenvolvido pela equipe de Ke Lan, da Universidade de Wuhan. Eles coletaram 40 amostras de 31 lugares.

O coronavírus pode ser transmitido por contato físico, por superfícies contaminadas ou pela inalação de gotículas liberadas pela respiração ou pela fala de pessoas com vírus. Mas há dúvidas sobre o potencial de contágio do vírus em suspensão no ar.

Os cientistas encontraram amostras com o coronavírus dentro e fora de dois hospitais que tratavam pacientes infectados com a Covid-19 em fevereiro e março. Um deles era o hospital de campanha em Wuhan.

Nas enfermarias, a concentração do novo coronavírus era menor que nos banheiros. Isso se explica porque os banheiros não são ventilados, enquanto as enfermarias eram isoladas e tinham o ar trocado em um ambiente controlado.

Ou seja, o ambiente com maior concentração de coronavírus foram justamente as salas usadas para a retirada dos equipamentos de proteção individual (EPIs) por profissionais de saúde.

O vírus também foi encontrado próximos de prédios residenciais e supermercados, próximos aos hospitais, com concentrações menores. No entanto, uma área aberta por onde passava mais gente junto a um dos hospitais teve maior concentração da doença.

Os cientistas também ressaltaram que as concentrações do vírus caíram bastante depois da desinfecção dos ambientes analisados.

Agora, os cientistas irão avaliar o potencial de infecção do coronavírus em aerossol e por quanto tempo o contágio permanece nessas condições.

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Com informações do portal ‘O Globo’.