
O Ministério da Saúde comunicou, nesta terça-feira (16), que ampliará a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 aos adultos de 18 a 59 anos. Antes, a medida era autorizada para idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde, e o intervalo, que antes era de seis meses, cairá para cinco para todo o público-alvo.
“Acima de cinco meses da segunda dose, independente da idade, já se pode buscar a sala de imunização. Ocorre que, no início da campanha, foi por faixa etária e também em função de comorbidades. Então, acaba seguindo esse mesmo cronograma: aqueles que têm a vacina mais antiga vão ter acesso (ao reforço) primeiro” afirmou o ministro, Marcelo Queiroga.
A dose de reforço será, preferencialmente, da Pfizer, e na falta dela, Janssen ou AstraZeneca devem ser administradas. A decisão se baseia nos resultados preliminares de estudo da Universidade de Oxford, encomendado pela pasta, que mostra que a vacinação heteróloga, isto é, com imunizantes de laboratórios diferentes, aumenta a resposta imune.
Segundo a pasta, 10.751.598 pessoas já receberam a dose de reforço até o momento. “Nós vamos ampliar (a dose de reforço) para todos os brasileiros que tenham tomado a vacina que for há pelo menos cinco meses” disse Queiroga. “Nós temos doses de vacina suficientes para garantir que cheguem tempestivamente a todas as 38 mil unidades de saúde no Brasil”, completou.
A pasta estima que, a partir de agora, 100 milhões de pessoas estarão aptas a recebê-la, sendo 12,4 milhões em novembro, 2,9 milhões em dezembro, 12,4 milhões em janeiro, 21,5 milhões em fevereiro, 29,6 milhões, 19,6 milhões em abril e 4,3 milhões em maio.
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A avaliação de integrantes da área técnica para a medida é positiva, como apurou O GLOBO. Eles avaliam pesquisas que mostram a queda da proteção vacinal com o passar do tempo e aguardam resultado de novas publicações. “A vacinação veio nos mostrar como uma das medidas de prevenção primarias, que a gente reitera. Nós temos as outras, que são as medidas de barreira (uso de máscara e distanciamento social). Mas a imunização veio nos trazer que nós diminuímos a quantidade da doença grave e, consequentemente, das internações e dos óbitos. Isso é um dos grandes ganhos” declarou a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo.
O planejamento da pasta para o novo ciclo de vacinação em 2022 já considerava uma dose de reforço para pessoas de 18 a 60 anos e duas doses (uma em cada semestre) para idosos com mais de 60 anos e imunossuprimidos. Para o próximo ano, a pasta decidiu usar 354 milhões de doses. Além disso, pode haver extensão do público-alvo para menores de 12 anos, por exemplo, caso haja aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).