
Detectada na África do Sul, uma nova variante do coronavírus foi classificada nesta sexta-feira (26) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante de preocupação” e batizada de omicron. Foi informado que evidências preliminares sugerem que essa variante oferece um risco maior de reinfecção de covid-19 do que suas antecessoras. Mais cedo, Sajid Javid, o ministro da Saúde do Reino Unido, a descreveu como uma “grande preocupação internacional”.
“Uma das lições desta pandemia foi que devemos agir rapidamente e o mais cedo possível”, disse o ministro. “Estamos entrando no inverno e nosso programa de reforço ainda está em andamento, então devemos agir com cautela”, acrescentou.
Embora haja poucas informações concretas até o momento, cientistas temem que essa nova versão do coronavírus seja mais transmissível e “drible” o sistema imunológico, e isso significa não só mais infecções, o que aumenta consequentemente as hospitalizações e mortes, mas a possibilidade de que as vacinas disponíveis hoje possam ser menos eficazes contra ela.
Quanto mais chances o coronavírus tem de fazer cópias de si mesmo nas pessoas, mais oportunidades existem para que as mutações ocorram. Por isso, é importante controlar as infecções, e as vacinas ajudam a reduzir a transmissão e também protegem contra formas mais graves da covid.
Na África do Sul, apenas 23,5% da população está totalmente vacinada, em comparação com 60% no Brasil, segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Especialistas dizem que é possível que a nova variante possa ter se originado em um paciente cujo sistema imunológico não foi capaz de se livrar de uma infecção por covid rapidamente, dando ao vírus mais tempo para se transformar.
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A omicron tem 32 mutações na proteína S (“spike” ou espícula), através da qual o vírus se liga em células humanas para efetuar a invasão em nosso organismo.
Segundo a Agência de Segurança em Saúde britânica, a proteína spike da nova variante é “dramaticamente diferente” da usada nas vacinas de covid-19 até agora. No entanto, serão necessárias várias semanas de análise para determinar, de fato, a transmissibilidade da variante e os efeitos disso na eficácia das vacinas, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou restrições a voos e passageiros vindos de África do Sul e cinco países vizinhos (Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue) em caráter temporário. Por se tratar apenas de uma recomendação, a decisão final a respeito da restrição cabe a um comitê interministerial do governo federal.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		