
Em diversas regiões do Brasil, as aulas presenciais em escolas de Ensino Médio já voltaram, assim como a vez dos jovens para a vacinação contra Covid-19. No entanto, a professora Kamila Braga Rodrigues, que leciona Sociologia, notou que seus alunos estavam um tanto quanto receosos em tomar a primeira dose.
“Na quarta-feira (25), perguntei se eles iriam se vacinar. Percebi que eles estavam desanimados, com medo da reação, medo de agulha, Então pensei em alguma forma de estimular, incentivá-los a tomar a vacina”, contou Kamila ao UOL.
Dessa forma, ela decidiu propor um trabalho extra para os estudantes: a carteirinha de vacinação preenchida, junto de um trabalho sobre a importância da vacinação em uma pandemia, em troca de um ponto extra na média do semestre.
“Quem foi estudante sabe que um ponto na média incentiva”, disse.
“Muita gente assume um papel errado por ler fake news e por isso eu cobrei também a pesquisa, para que os alunos pudessem se conscientizar, conscientizar a família e os amigos. Quando éramos pequenos, a escola tinha papel fundamental na vacinação. O Zé Gotinha ia nas escolas, então não podemos perder esse papel”, explicou.
E, quem diria, o combinado entre a professora e os alunos funcionou, e no dia seguinte vários estudantes da escola pública de Taguatinga, no Distrito Federal, apareceram na classe com o cartão indicando o recebimento da primeira dose da vacina.
Apoio interno e externo
Esse é o primeiro ano letivo de Kamila na escola, e ela desabafa que imaginou que a proposta poderia ser criticada, mas se surpreendeu. Tanto a coordenação da escola, quanto os pais dos alunos apoiaram a ideia.
“Os pais super apoiaram, a escola apoiou. Todos viram que o saldo da ação foi bem positivo”, disse. Ainda assim, a Secretaria Estadual de Educação não comentou o caso.
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