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MP autoriza governo a doar vacinas para outros países (Foto: Governo de SP)

O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) emitiu uma nota neste sábado (28) em que demonstra preocupação com a falta de doses da vacina contra a Covid-19 no Estado de São Paulo para concluir a imunização da primeira dose do público adulto (18 a 59 anos). De acordo com o texto, o déficit de dois milhões de imunizantes apontados pela Secretaria Estadual de Saúde é muito maior por conta de defasagem de dados. Somente em Jundiaí, faltam 20 mil doses segundo levantamento da Prefeitura.

A nota ressalta o esforço “dos gestores dos municípios e das equipes de vacinação, que trabalham incansavelmente para garantir bons resultados na imunização da população”. Lembrou, ainda, que o levantamento feito pelo Estado não levou em consideração a necessidade da primeira dose da capital, nem de 120 municípios que “não conseguiram responder em tempo ao questionamento das necessidades”. Outro ponto destacado é que a população com mais de 60 anos ou mais “não estava inclusa” no questionário da secretaria estadual.

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“Portanto, o quantitativo necessário para cobrir a necessidade D1 no Estado deve ser muito maior que dois milhões de doses… neste momento em que a campanha avança para a população jovem menor de 18 anos”, ressaltou o órgão, em outro trecho da nota.

Número de 2 milhões de doses que ainda faltam estaria defasado (Foto: Arquivo/PMJ)

Justificativa

Como justificativa para o déficit, o Cosems apontou a desatualização dos dados do IBGE e que o fato teria sido relatado inúmeras vezes pelos municípios e pelo conselho em ofícios endereçados ao Estado. “O déficit de vacinas para a primeira dose/D1 foi ocasionado principalmente pelas estimativas da população por faixa etária do IBGE que, além de desatualizadas, não consideram a mobilidade populacional que ocorre entre estados e municípios, por exemplo: estudantes, trabalhadores de obras, trabalhadores de colheitas, ingresso de profissionais de saúde, mudanças de endereço (o que aconteceu em número expressivo durante a pandemia)”.

Quantidades enviadas aos municípios paulistas tem sido insuficiente (Foto: PMJ)

“Assim, o Cosems vem esclarecer que os quantitativos enviados pelo Ministério da Saúde para os Estados e distribuídos pela SES têm sido insuficientes e não ocorrem em tempo oportuno, ocasionando iniquidades na distribuição de vacinas entre os municípios. Cabe ainda dizer que o Cosems/SP concorda com a inclusão da dose de reforço para população acima de 70 anos e para pessoas com imunossupressão, mas expressa preocupação com a decisão do estado de São Paulo, de vacinar pessoas acima de 60 anos, descumprindo as recomendações do Ministério da Saúde de vacinar acima de 70 anos”, revelou, em outro trecho da nota.

O órgão ainda deixou claro que é fundamental completar o esquema vacinal do maior número possível de pessoas, “para que se consiga atingir a imunidade comunitária e com isso reduzir drasticamente a transmissão do coronavírus”.