Entrega das doses da Coronavac ao PNI
Foto: Reprodução/Governo de SP

Nesta segunda-feira (10), Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, informou que o atraso e a dúvida do envio dos insumos para produção da Coronavac, por parte da China, podem colocar em risco o cronograma nacional de vacinação contra a Covid19 a partir do mês que vem.

Hoje mesmo, o Butantan entregou ao Ministério da Saúde mais um lote com 2 milhões de doses da vacina, e mais duas remessas devem ser entregues até o final dessa semana. Todas as doses com entrega marcada para essa semana foram envasadas com o insumo entregue pela China em abril.

Com esses novos envios, o total disponibilizado para o Plano Nacional de Imunizações (PNI) é de 45 milhões de doses desde 17 de janeiro, quando São Paulo iniciou as entregas. Agora, o instituto paulista deve aguardar mais matéria-prima para retomar o envase do imunizante, processo que está suspenso desde quinta-feira (6).

“A partir daí não teremos mais vacina porque não recebemos o IFA para que isso possa ser processado. Situação parecida com essa também é enfrentada pela Fiocruz [responsável pela vacina de Oxford/AstraZeneca, no Rio de Janeiro]. Que também não teve seu IFA liberado. Preocupa para o cronograma de vacinação, não neste momento, mas a partir de junho, que poderá sofrer algum impacto”, disse Dimas Covas.

Críticas dificultam colaboração

Durante o carregamento dos caminhões com as doses das vacinas no Instituto Butantan, Dimas Covas e o governador de São Paulo, João Doria, comentaram novamente sobre as críticas do presidente Jair Bolsonaro em relação ao governo chinês.

“Já existem 10 mil litros de insumos prontos na Sinovac [fabricante chinês da matéria-prima da Coronavac] aguardando autorização do governo da China para embarque, e cada vez que manifestações são feitas aqui de forma desagradável em relação à China, isso cria dificuldades claramente a autorização do governo chinês para o embarque desses insumos para o Brasil”, afirmou Doria.

O diretor do instituto paulista também comentou o caso: “É muito claro que há uma limitação determinada pelo governo da China dadas as circunstâncias das constantes manifestações inapropriados inadequadas e absolutamente inoportunas do governo brasileiro através das suas autoridades”, comentou.

A Coronavac representa mais de 75% das vacinas aplicadas no país.

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