
“Quem dança seus males espanta”.
Foi pensando nisso que uma companhia de Jundiaí (SP) decidiu passar a quarentena por conta do coronavírus transmitindo aulas de dança através de um aplicativo na internet. Na quarta-feira (25), mais de 140 pessoas se inscreveram no projeto.
O diretor artístico da Companhia Jovem de Dança, Alex Soares, contou que a repercussão está sendo tão positiva que até mesmo moradores de outros países decidiram “entrar na dança”.
“Tem brasileiro que está morando na Europa fazendo aula. Está aberto a todo mundo, em qualquer lugar do mundo. A pessoa coloca o fuso horário de onde ela está para ficar junto com a gente”, explica.
Arthur Sai é bailarino e mora há dois anos em Barcelona, na Espanha. Ele conta que participar do projeto durante a quarentena foi muito gratificante.
“Trabalhar um pouco com eles, mesmo que online, foi uma solução bastante legal. É a única maneira que temos de manter nossos corpos ativos e em forma para passar por esse período tão duro”, diz.
“Foi uma aula bem enriquecedora. Vi vários amigos que fazia tempo que não via. Foi engraçado, porque o Alex contava em português e, na minha cabeça, eu contava em inglês”, brinca o bailarino Renan Carvalho de Oliveira, que mora em Zurique, na Suíça.
‘Outra energia’
A ideia surgiu entre os membros da companhia, que conta com 11 bailarinos, dois professores e Alex, após as aulas serem paralisadas devido à pandemia de coronavírus.
“Ficamos pensando em como poderíamos fazer para manter o corpo ativo, que é o instrumento de trabalho do bailarino. Reunimos toda a companhia, fizemos um teste inicial e vimos que era possível, então pensamos em abrir para todo mundo”, explica.
Ele ainda conta que cada dia tem uma programação de aula diferente. Na terça-feira (24), foi uma mistura de ballet com dança contemporânea. Já na quarta-feira foi realizada uma aula de yoga.
“O fato de estar junto durante uma hora dá muita energia e força um para o outro. Estão curtindo bastante. Pretendemos realizar até poder sair de casa novamente. Enquanto durar a quarentena vamos manter isso, de segunda a sexta para ter uma rotina”, diz.
Alex afirma que, devido à interação entre os alunos durante essa época de quarentena, muitos ficam emocionados em participar das aulas.
“As pessoas ficam emocionadas, porque sentem essa conexão, essa integração, e é o que estamos precisando nesse momento”, diz.
“Abrimos a sala meia hora antes para se aquecerem…elas conversam e reveem amigos. Colocamos música para as pessoas se conectarem e, às 10h, começa a prática. A tendência é que aumente o número de alunos”, conta.
Reflexos positivos
As aulas têm sido tão positivas que Alex afirma que começou, inclusive, a dormir melhor por fazer exercícios, apesar de estar dentro da casa.
“Dar aula assim é diferente, porque é igual assistir a um espetáculo de dança na plateia. É outra energia. Todo mundo presta atenção, é muito legal ver todo mundo achando um espaço na casa, no quarto para poder dançar”, conta.
“O bailarino precisa de movimento, porque o sedentarismo é o nosso pior inimigo na luta técnica diária. Para mim, foi bastante proveitoso e divertido poder fazer aulas de novo em português”, diz Arthur Sai.
De G1
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		