Nesta segunda-feira (9), Dimas Covas, diretor geral do Instituto Butantan, afirmou que estranhou a decisão da Anvisa de suspender temporariamente os testas em humanos da vacina Coronavac no Brasil. De acordo com a Anvisa, a interrupção aconteceu devido um “evento adverso grave”.

Covas diz que a decisão se trata de “um óbito não relacionado à vacina” e por isso, “não existe nenhum momento [ou motivo] para interrupção do estudo clínico” da Coronavac no país.

“Ou seja, como são mais de 10 mil voluntários nesse momento, podem acontecer óbitos. Nesse momento, [o voluntário] pode ter um acidente de trânsito e morrer”, declarou o diretor.

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Segundo informações do jornalista da GloboNews, José Roberto Burnier, a morte do voluntário não foi causada por problemas respiratórios. A pessoa tinha 33 anos e não tinha comorbidades.

Dimas Covas também afirmou que o Butantan pediu esclarecimentos à Anvisa sobre a suspensão dos testes clínicos, e aguarda por mais detalhes.

“Essas questões foram colocadas agora à noite pela Anvisa, não foi ainda solicitado o esclarecimento. Nós já estamos solicitando e, de público, solicito aqui para que, amanhã [terça], na primeira hora, sejam fornecidos esses dados. Porque, na realidade, esse óbito não tem relação com a vacina”, afirmou na segunda-feira (9).

Dessa forma, com a interrupção dos estudos, nenhum voluntário poderá ser vacinado com a Coronavac. O imunizante é um dos quatro candidatos contra a Covid-19 no Brasil, fruto de uma parceria entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Butantan.