
Nesta quinta-feira (8), foi publicada no Diário da União a exoneração do diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz. De acordo com a acusação do Governo Federal, Cruz havia permitido que um reverendo e a entidade que ele presidia negociassem 400 milhões de doses da vacina contra Covid19, AstraZeneca, com a empresa americana Davati Medical Supply, em nome do governo brasileiro.

O Jornal Nacional, da Rede Globo, teve acesso a e-mails que mostram parte das negociações. Em um dos registros das trocas de mensagens, no dia 23 de fevereiro, o diretor agradece ao reverendo Amilton Gomes de Paula pela disponibilidade da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) na apresentação da proposta de 400 milhões de doses da AstraZeneca.
“Todos os processos de aquisição de vacinas no âmbito do Ministério da Saúde estão sendo direcionados pela Secretaria Executiva”, escreveu Cruz. A Senah foi fundada por Amilton e tem a sede em Brasília.
Dias depois, o reverendo publicou uma foto nas redes sociais, de uma reunião no ministério, com a presença de Cruz. “Senah faz reunião no ministério para articulação mundial em busca de vacinas e para a consecução de uma grande quantidade dos imunizantes a ser disponibilizada no Brasil”, escreveu.
No dia 9 de março, uma outra mensagem de Cruz para Herman Cardenas, presidente da Davati nos Estados Unidos, dizia que a Senah tinha o aval do Ministério da Saúde para negociar a compra de vacinas com a empresa. Amilton Gomes de Paula negociou o valor de US$ 17,50 por dose. Essa valor é três vezes maior que o pago pelo Ministério da Saúde em janeiro, para a aquisição dos imunizantes.
[tdj-leia-tambem]