
Apesar de já ter tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19, a apresentadora Ana Maria Braga informou, nesta segunda-feira (5) que contraiu o vírus. A notícia repercutiu e fez surgir a dúvida no público: é possível ter a infecção mesmo após ter completado o esquema vacinal? Segundo os estudos conduzidos com cada uma das vacinas em uso contra a Covid-19, sim, uma vez que os imunizantes evitam os casos graves da doença, mas não o contágio.
O objetivo principal das vacinas, neste momento, é evitar formas graves da Covid-19, e não necessariamente o contágio pela doença (ainda que algumas vacinas já tenham se mostrado capazes de evitar também a transmissão e a infecção). Nas pesquisas, as vacinas são testadas para sua capacidade de evitar contágio, casos sintomáticos, moderados e graves e morte pela Covid. Até agora, todas as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil – CoronaVac, AstraZeneca/Oxford, Pfizer e Johnson – foram capazes de evitar internações e mortes pela doença.
Cada medida de prevenção adotada – como se vacinar, usar máscaras, evitar aglomerações e lugares fechados – é uma “camada extra” de proteção. Por isso é necessário combiná-las com a imunização.
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“Mesmo ao ar livre, de máscara, se tiver 100 pessoas, o risco vai ser maior do que se tiver duas pessoas. Não adianta ‘estou ao ar livre, não preciso de máscara’. Precisa. ‘Eu estou ao ar livre, não preciso ficar à distância’. Precisa. ‘Ah, eu estou de máscara, não preciso manter a distância’. Precisa”, explica Lucia Pellanda, cardiopediatra e professora de epidemiologia na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
“Quando a gente faz todas as coisas, vai diminuindo bastante o risco. As pessoas têm ideia de que é tudo ou nada. O risco é contínuo”, reforça Pellanda.
Veja as taxas de eficácia contra casos graves alcançadas durante os testes em cada vacina usada no Brasil até o momento:
- Johnson: 85% eficaz
- Coronavac: entre 83,7% e 100% eficaz
- Pfizer: 92% eficaz
- AstraZeneca: 100% eficaz
A taxa mais alta de imunização somente é alcançada após a segunda dose. Das quatro vacinas aplicadas no Brasil, apenas a da Johnson/Janssen alcança a sua taxa máxima de eficácia em apenas uma dose, então, é necessário estar completamente vacinado, com as doses necessárias.
Especialistas são unânimes ao dizer que não se deve escolher vacina, já que é muito melhor tomar qualquer uma disponível do que ficar vulnerável à Covid-19. E, ao se vacinar, você ajuda a aumentar a cobertura vacinal, que é o mais importante neste momento.