
O toque de recolher teve início em Jundiaí com caminhadas, passeio com o cachorro, pedaladas e falta de máscaras de proteção. Tudo isso pôde ser visto nesta segunda (15), na avenida Nove de Julho – principal cartão postal da cidade – logo após às 20h – horário de início da restrição de circulação decretada pelo Governo do Estado e que vai até às 5h.
A data marca também um triste recorde no munícipio: 337 leitos estão ocupados por pacientes Covid19 – 238 de residentes em Jundiaí e 99 de outros municípios – o que representa 86% da capacidade na rede pública e 88% da rede privada.
Numa rápida volta pela pista sentido centro/bairro da avenida Nove de Julho, foi possível identificar pelo menos uma dezena de casais, alguns sem máscara, caminhando ou correndo pela calçada. Um homem também levava o cão para passear, enquanto mexia no telefone celular.
Um pouco mais à frente, um grupo com quatro pessoas usando roupas de ginástica conversava tranquilamente – uma delas não estava de máscara.
Movimento, também, numa rede de fast food. Algumas pessoas se enfileiravam em frente à porta do estabelecimento, aguardando a entrega dos alimentos enquanto veículos passavam pelo drive-thru. Bem perto dali, uma farmácia e o posto de combustíveis – considerados serviços essenciais – recebiam clientes.
Duas pessoas também esperavam o ônibus, no ponto em frente a um shopping.
Abordagem
Chamado antes de toque de restrição, o agora toque de recolher do Plano SP dá à Polícia Militar a possibilidade de abordar qualquer pessoa e questioná-la para onde está indo e por qual motivo está na rua após às 20h – não só em casos de aglomeração.
As blitze, que tinham apenas a função de orientar, passaram a também fiscalizar e terão reforço em todo o Estado, segundo o recém-criado Comitê de Blitze do governo estadual.

Comércio fechado
No período da tarde, nesta segunda (15), a cena das lojas fechadas no calçadão da rua Barão de Jundiaí remetia ao início da pandemia, em 2020, quando os empresários de ramos que não são considerados essenciais pelo Plano SP tiveram de baixar as portas.
Alguns estabelecimentos mantinham funcionários do lado de fora. Óticas e farmácias atuavam normalmente, mas poucas contavam com clientes no momento da reportagem.
Em frente à agência do banco Santander, algumas pessoas estavam sentadas em um banco, sem máscara. Um homem que observava a vitrine de uma loja de calçados também ignorava a exigência.

Outros estabelecimentos trabalhavam apenas com o serviço drive-thru e mantinham as portas entreabertas ou com a frente fechada por fitas de isolamento (zebradas).
Agentes da Fiscalização do Comércio passaram pela rua do Rosário, à tarde, observando o movimento das lojas de serviço essencial.
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Protesto
Pela manhã, a cidade também viu a sequência de protestos de manifestantes pró-Bolsonaro em frente ao 12º GAC (Grupo de Artilharia de Campanha), na avenida 14 de dezembro, e que seguiram até o Paço Municipal. No domingo (14), dezenas de pessoas também protestaram contra o aumento de impostos estaduais e o governador João Doria, pelo fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal) e a favor de intervenção militar.
Vídeo: Motoboy Xororó