Mulher doente em cama
Foto: katemangostar/Freepik

O Brasil, atualmente, está vivendo duas epidemias de vírus respiratórios: a gripe, mais especificamente com a cepa H3N2 da influenza, e a Covid-19, que seguem em circulação e, para algumas pessoas, as duas infecções podem acontecer simultaneamente, o chamado de “flurona”.

No entanto, o fenômeno não é novo, muito menos significa que um supervírus tenha se recombinado a partir dos dois vírus, ou uma nova variante. Trata-se de um caso de infecção conjunta, onde os dois vírus estão presentes no organismo ao mesmo tempo, mas não interagem entre si e não há qualquer indício de que possam se recombinar para produzir algum tipo novo de ameaça.

A combinação de surto de covid e gripe no Brasil faz do país um cenário ideal para casos de coinfecção, e alguns deles já foram detectados por aqui.

Ao jornal O Globo, Salmo Raskin, médico geneticista e diretor do Laboratório Genetika, diz que esse tipo de situação já acontece no Brasil desde o início da pandemia, embora os casos não sejam detectados regularmente.

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Isso porque, em decorrência dos sintomas parecidos, costuma-se investigar apenas uma das condições. Com o resultado positivo para Covid-19 em meio à pandemia, o paciente não era testado para influenza, então muitos diagnósticos de coinfecção podem ter sido ignorados.

Raskin reforça que, ao longo de 2020 e por boa parte de 2021, a gripe se manteve sob controle na maior parte do mundo, já que as medidas de contenção contra o coronavírus também funcionaram contra a influenza.

No entanto, com bilhões de doses de vacinas contra Covid-19 distribuídas pelo mundo, muitas das restrições já não existem mais, o que cria um cenário propício para a circulação da gripe.