
Uma pesquisa da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, indica que enxaguantes bucais podem destruir o coronavírus. De acordo com um dos cientistas, Nick Claydon, especialista em periodontologia, o estudo pode inserir o enxaguante bucal como parte importante da rotina das pessoas.
“Se esses resultados positivos forem refletidos no ensaio clínico da Universidade de Cardiff, enxaguantes bucais baseados em CPC (Cloreto de cetilpiridínio) podem se tornar um complemento importante à rotina das pessoas, junto com a lavagem das mãos, o distanciamento físico e o uso de máscaras, ambos agora e no futuro.”
No entanto, mesmo que o estudo de Cardiff sugira a eficácia do produto, ainda não existem evidências de que possa ser usado como tratamento. Isso porquê o enxaguante bucal não alcança o trato respiratório e os pulmões.
Portanto, os cientistas responsáveis pela pesquisa alertam que as outras medidas preventivas devem continuar sendo realizadas, como o distanciamento social e a higienização frequente das mãos.
Próximos passos
Agora que o enxaguante bucal mostrou eficácia nos testes em laboratório, os cientistas irão levar os testes até pacientes infectados com o vírus, no Reino Unido. Os resultados dessa parte do estudo são esperados para o início de 2021.
De acordo com David Thomas, professor e diretor do Programa de Treinamento Acadêmico Integrado em Odontologia da Faculdade de Odontologia da universidade, os resultados iniciais foram animadores. Mas o ensaio clínico ainda não produz evidências de como prevenir a transmissão entre pacientes.
“O estudo clínico em andamento, no entanto, nos mostrará quanto tempo os efeitos duram, após uma única administração do enxaguante bucal em pacientes com Covid-19. Precisamos entender se o efeito dos enxaguantes bucais sem receita médica sobre o vírus da Covid-19 obtidos em laboratório podem ser reproduzidos em pacientes”, conclui.