
Com a pandemia do novo coronavírus, a recomendação é: só saia para atividades essenciais ou em casos emergenciais, com distanciamento físico, uso de máscara de proteção e higienização das mãos com álcool em gel ou 70%, segundo autoridades de saúde nacionais e internacionais.
No entanto, na prática é bem diferente e várias pessoas vão às ruas para caminhar, correr ou simplesmente passear.
Segundo um estudo publicado por duas universidades europeias e divulgado pela revista ‘Super Interessante‘, ao caminhar ou correr, uma pessoa pode exalar ou inalar microgotículas contendo vírus num raio muito maior, de até 10 metros.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas utilizaram um túnel de vento e ferramentas de CFD (fluidodinâmica computacional) para entender como partículas contendo o vírus podem se espalhar dependendo da atividade física que uma pessoa está realizando.
Ao correr ou andar de bicicleta, o indivíduo se desloca muito mais depressa do que se estivesse andando. Ou seja, se ele for um portador assintomático da Covid-19, o vírus poderá ser espalhado em uma área maior.
Já os praticantes de atividades físicas correm maior risco de pegar o vírus, justamente porque se deslocam mais depressa e podem acabar entrando em “nuvens” com o Sars-Cov-2.
Testes anteriores, realizados em condições de laboratório por cientistas da Universidade da Califórnia e do NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA), identificaram que o vírus pode ficar até 3 horas suspenso no ar.
Além disso, estudos realizados pela Universidade Católica de Leuven (Bélgica) e pela Universidade de Tecnologia de Eindhoven (Holanda), simulou várias situações, com vários graus de distância entre os indivíduos.
Quando duas pessoas estão caminhando em ritmo moderado, a 4 km/h, elas deveriam manter uma distância de 5 metros entre si. Entre corredores, o raio de contágio pode ser de até 10 metros – considerando duas pessoas, uma atrás da outra, correndo a 14 km/h (velocidade relativamente alta, mas comum entre corredores experientes).
O estudo também aponta que quanto maior a velocidade do exercício, maior a distância que precisaria ser mantida para evitar o contato com as partículas.
É importante destacar que se trata de um estudo de aerodinâmica, com avaliações de padrões de emissão e suspensão de partículas, sem calcular a quantidade de vírus exposta.
Com informações do colunista Bruno Garattoni da revista ‘Super Interessante’.