
Nesta quarta-feira (10), uma das pesquisas que integram o estudo React-1 divulgou os resultados que revelaram que cerca de 60% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 não apresentaram sintomas da doença na semana anterior ao resultado positivo no teste. Esses resultados ainda são preliminares e estão em revisão para publicação no “British Medical Journal”.
O estudo incluiu mais de 1 milhão de voluntários na Inglaterra, e mostrou que a ausência dos sintomas em pessoas infectadas representa mais um desafio no combate ao vírus. Desde o início dos estudos sobre o novo coronavírus, especialistas alertam sobre o uso de máscaras e distanciamento social. Isso porque nem sempre são notados indícios físicos que indiquem a infecção. Até mesmo as pessoas assistomáticas têm a carga viral do vírus tão alta quanto a dos pacientes que apresentam sintomas.
O estudo React-1 ainda está em andamento. Entre as pesquisas, está a realização de testes tipo PCR em mais de 150 mil pessoas. Os pesquisadores selecionaram os voluntários aleatoriamente, na Inglaterra, todos os meses. Assim, para chegar nos resultados, os cientistas analisaram testes e questionários realizados de junho de 2020 a janeiro de 2021.
Resultados observados
O público de voluntários que participaram da pesquisa tinham idades entre 5 a mais de 55 anos de idade. Em todo o estudo, 6.451 pessoas testaram positivo para Covid-19. Dessas, 3.881 não apresentaram nenhum dos 26 sintomas considerados pelos especialistas na semana anterior ao diagnóstico. Esse número representa 60,2% dos infectados.
Além disso, entre o total de infectados, 1.198 pessoas não tiveram nenhum dos quatro sintomas “clássicos” da doença: perda de olfato, perda de paladar, tosse persistente e febre. No Reino Unido, estes sintomas são usados como critério para a testagem. Assim, o total equivale a 18,6% dos infectados.
Entre crianças e adolescentes, o sintoma mais comum foi dor de cabeça. Enquanto isso, adultos de 18 a 54 anos apresentaram mais febre, tosse, perda de apetite e dores musculares.
Visão dos cientistas
De acordo com os autores da pesquisa, “uma vez que uma alta proporção de infecções na comunidade não são sintomáticas”, muitas pessoas infectadas não são rastreadas.
“Portanto, ao mesmo tempo em que se amplia a disponibilidade de testes entre pessoas sintomáticas, deve se considerar o teste direcionado de indivíduos não sintomáticos, por exemplo aqueles em áreas de alta prevalência [da doença]”, explicam.
Além disso, os cientistas dizem que a detecção dos casos aumentaria se os critérios para testagem incluíssem sintomas como calafrios, dor de cabeça e perda de olfato e apetite.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		