
Ao mesmo tempo em que estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) revela que pandemia de coronavírus será mais forte no interior de São Paulo em três semanas, Jundiaí regride em seus índices de isolamento social.
De acordo com o Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) do Governo de São Paulo, o percentual de isolamento social na cidade foi de apenas 47% na cidade, 23 pontos abaixo do considerado ideal, que é 70%, segundo o médico infectologista David Uip.
Os números de Jundiaí foram mais baixos que a média no Estado, que chegou a 49% nesta quinta-feira (16).
Veja gráfico de Jundiaí
O índice local é ainda mais preocupante se levado em conta o estudo da Unesp, que mostra uma onda mais forte do vírus se aproximando do interior.
A pesquisa sobre a disseminação do novo coronavírus feita por pesquisadores em Presidente Prudente e Botucatu mostra que os casos da COVID-19 no interior paulista estão três semanas atrás dos números registrados na capital e em regiões metropolitanas.
“Graças ao isolamento feito em São Paulo, as cidades do interior estão três semanas atrás no número de casos. Então não é hora de relaxar a quarentena. Estamos vivendo a maior calamidade pública desde a gripe espanhola”, diz o professor Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu e integrante do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo.
Ele explica que cidades maiores têm uma maior responsabilidade, que é proteger as cidades pequenas da disseminação da COVID-19.
Segundo o professor titular Raul Borges Guimarães, do departamento de Geografia da Unesp em Presidente Prudente, se por um lado a capital concentra mais da metade dos casos da COVID-19 no Estado, por outro o interior enfrenta outro tipo de problema: menos acesso a hospitais e equipamentos.
“Quem mora em uma cidade com zero casos e se desloca para um município maior para trabalhar, estudar ou fazer compras está ajudando a disseminar o vírus em sua cidade. Os municípios menores estão longe dos hospitais, com menos acesso a equipamentos”, destacou.
“As medidas tomadas até o momento mostram que o isolamento social está funcionando, está conseguindo frear o processo”, completou o professor.
Redes sociais
Pesquisas estão em desenvolvimento sobre a atual situação da disseminação do novo coronavírus. Uma delas se concentra na análise de dados de redes sociais, e a outra na análise de dados de rumores.
Em redes como o Twitter, a análise de postagens pode ajudar a encontrar possíveis novos focos de disseminação de COVID-19.
O mapeamento dos dados oficiais é um trabalho que envolve a checagem das bases de informação e elaboração de representações cartográficas tecnicamente mais adequadas.
Os tuítes são selecionados e analisados diariamente de acordo com a relevância para ajudar na busca por focos de contaminação, assim como os mapas temáticos permitem visualizar a distribuição espacial dos dados de localização das postagens.
