
Pessoas com tipo sanguíneo A, infectadas pelo novo coronavírus, estão mais propensas a necessitar de ajuda respiratória; é o que indica um estudo publicado na revista norte-americana New England Journaul of Medicine (NEJM).
O trabalho, desenvolvido por médicos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de sete hospitais italianos e espanhóis, mostrou que pacientes do tipo A têm 50% mais chances de desenvolver sintomas graves da doença; enquanto pessoas com tipo O têm 35% menos riscos.
Para chegar a essa conclusão, quase 2 mil pacientes hospitalizados nas UTIs com Covid-19 foram analisados, e comparados a 2.205 pessoas sem a doença.
“Obteve-se em menos de dois meses toda a informação necessária para avaliar os resultados e compará-los com um grupo de controle de 2.205 indivíduos saudáveis. Assim, identificou-se uma maior frequência de 26 variantes genéticas nos pacientes afetados por insuficiência respiratória em comparação com o grupo controle não infectado, e duas delas em particular, localizadas nos cromossomos 3 e 9, mostraram uma potente associação com a gravidade”, explicam os autores.
“Os resultados deste estudo permitem avançar na identificação dos pacientes de maior risco que necessitarão de internação em UTI, assim como conhecer melhor a fisiopatologia da doença mediante a identificação destes genes implicados”, detalha Ricard Ferrer, presidente da Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, Crítica e Unidades Coronárias (SEMICYUC).
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A unidade Clínic, de Barcelona, o Universitário Ramón y Cajal, de Madri, e o Universitário de Donostia, de San Sebastián, também participaram do estudo.
“Investigações anteriores haviam indicado que fatores como a idade e doenças crônicas como diabetes e hipertensão, assim como a obesidade, aumentam o risco de desenvolver casos graves de Covid-19. Entretanto, esse estudo demonstra a possibilidade de identificar pessoas mais vulneráveis ao desenvolvimento de doença grave com insuficiência pulmonar por causa do coronavírus, segundo suas características genéticas, o que possibilita identificar grupos de risco que necessitem de proteção especial e desenvolver tratamentos personalizados”, disse em nota o Ministério da Ciência da Espanha.
“Este estudo europeu colaborativo foi o primeiro a identificar fatores genéticos que aumentam o risco de desenvolver insuficiência respiratória em pacientes com Covid-19. Entretanto, não é o único a investigar nesta linha, já que existem diferentes consórcios internacionais cujo objetivo é identificar características genéticas de risco da Covid-19. Desta maneira, futuros estudos permitirão aprofundar estes resultados”, completa.
Com informações da Isto É.