Nesta quinta-feira (10), o governo de São Paulo informou que o contágio por Covid-19 está maior este mês do que esteve no primeiro pico da pandemia, que aconteceu em julho.
“Do ponto de vista médico, cada um de nós tem observado um número crescente de pessoas com Covid ao seu redor. Então, a chance de contágio é muito maior do que quando teve o primeiro pico”, disse José Medina. Ele é o coordenador do centro de contingência da Covid-19 no estado.
De acordo com Medina, a população deve ainda tomar um cuidado grande no mês de dezembro, por causa das festas de fim de ano. “Primeiro nós temos que retomar a questão do fique em casa e aquela saudação que nós fazemos normalmente “boas festas”, nós temos que abolir, nós temos que trocar ‘boas festas’ por ‘fique em casa’. Temos que utilizar aquele feliz natal, feliz ano novo como nós utilizávamos no passado, sem muita festa, sem troca de presente e sem aglomeração de pessoas.”
Três meses em um?
O coordenador alerta que a média de novos casos da doença cresceu de 20 para 40 mil entre novembro e dezembro. No primeiro pico da pandemia, esse mesmo índice levou três meses para acontecer.
“Se nós observarmos a curva de crescimento no número de casos no Brasil para chegar de 20 a 40 mil, dobrar o número de casos no Brasil, isso demorou quase três meses, nesse segundo pico que começou a acontecer em novembro até dezembro demorou um mês para chegar de 20 a 40 mil casos”, disse Medina.
 
No entanto, mesmo com a declaração de Medina sobre a taxa de crescimento em três meses, O G1 coletou dados diferentes. De acordo com essas informações, o crescimento no pico aconteceu em menos de 2 meses, mais rápido do que o dito pelo coordenador. Mas, de qualquer forma, foi mais demorado que o contágio atual de dezembro.
Média móvel de mortes
Em 1º de novembro, a média móvel de novos casos no Brasil em 7 dias era de 21.579 por dia. Já no dia 9 de dezembro, esse número no mesmo período subiu para 41.926.
 
Até agora, a maior média móvel registrada no país foi de 43.393, no dia 27 de julho. Esse dado considera os registros dos últimos 7 dias, minimizando as diferenças nas notificações.
Medina atribuiu o crescimento mais rápido do índice no último mês a um número maior de contaminados. “Então, o crescimento desse segundo pico é muito mais acentuado porque a base de infectantes é muito maior. Todos nós lembramos que no começo tenha uma região que tinha um determinado número de casos, enquanto outros estados, outras regiões do estado de São Paulo não tinha nem um caso. Hoje, todas as cidades brasileiras tem pelo menos um paciente, tem muito mais do que um paciente que tá contagiado e que é um paciente infectante”, disse.
Além disso, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que os aumentos dos índices mostram que “infelizmente nós ainda estamos vivenciando uma pandemia”. “Portanto não só nós não estamos no final da pandemia, mas temos que estar vigilantes com a velocidade da instalação de novos casos e mortes e internações”, disse Gorinchteyn.
João Doria, governador de SP, se disse preocupado com a situação. Ele anunciou uma coletiva de imprensa para esta sexta-feira (11), para tratar sobre o aumento dos índices da pandemia no estado.
“Estamos sim preocupados, quero antecipar que há uma preocupação do governo do estado de São Paulo em relação ao país, mas há obviamente a nossa responsabilidade em São Paulo em relação ao aumento de infecções, de ocupação dos leitos de UTI e também de óbitos. Tudo isso será apresentado amanhã como operacionalizar”, disse.
 
 
Com informações do G1.