
“Um cara apaixonado pela vida, sempre sorridente, aventureiro, com dom de fazer amigos e ajudar o próximo”.
Claudir Lucchetti é primeira vítima fatal do coronavírus em Cabreúva.
Sempre rodeado de pessoas, o adeus foi silencioso: despedida sem velório, com enterro para poucas pessoas.
O coronavírus chegou discretamente, segundo conta o amigo de muitos anos, Luiz Carlos de Souza.
“Durante a semana, antes de ser internado, ele ficou com febre. No sábado à tarde, piorou de repente, já com falta de ar”, lembra. Ainda no sábado, 9 de maio, foi internado no Hospital São Vicente. O exame para Covid-19 detectou positivo já na terça-feira (12).
“Ele não tinha nenhuma doença pré-existente”, diz o amigo. “Inclusive vivíamos falando sobre essa doença [o coronavírus], que seria impossível a gente pegar com o tanto de coisa que a gente fazia”.
Saudável, Claudir pedalava pelo menos duas vezes por semana. Com 46 anos, extremamente ativo, não fazia parte do grupo de risco.
“Nunca pegou nem gripe”, confirma Luiz.
Sua morte abalou familiares e conhecidos.
“A Prefeitura de Cabreúva lamenta a morte do cabreuvano Claudir Lucchetti”, publicou em nota. “O prefeito Henrique Martin decreta luto oficial no município até o fim da pandemia. E, em nome de toda a administração, expressa profundo pesar pela perda e se solidariza com os familiares”, finalizou.
“Dom de fazer amigos”
Sempre de sorriso no rosto, Claudir era um homem apaixonado. Poderia outro adjetivo descrevê-lo?
“Em nenhuma foto você vai ver ele sem o sorriso no rosto”, pontua Luiz.
E é verdade. Além do dom de fazer amigos e viver rodeado deles, era fascinado por motos e velocidade. Espaço maior no coração só dedicava para a família.
Foi por causa do filho, de 17 anos, que trocou a moto speed pela moto de trilha. “Ele queria levar o filho junto”, confessa o amigo.
Além do filho, Claudir deixa a esposa e uma filha, de 25 anos, que não mora no Brasil, e também deixa lições.
Em vida, há somente espaço para viver.

