"Não é como uma grande gripe, que vou sarar em uma semana. Mata mesmo", afirma (Fotos: Arquivo pessoal)
"Não é como uma grande gripe, que vou sarar em uma semana. Mata mesmo", afirma (Fotos: Arquivo pessoal)

Um dos maiores jogadores da história do basquete brasileiro, Marcel de Souza, 63 anos, viu uma imagem sua no trabalho diário como médico, viralizar.

O ex-jogador trabalha diariamente no atendimento de pacientes no Estado de São Paulo durante o surto do COVID-19, o novo coronavírus.

Marcel conciliou toda a carreira de atleta com a faculdade de medicina e se formou na Faculdade de Medicina de Jundiaí, fazendo especialização em Radiologia e Medicina da Família e da Comunidade, profissão que exerce até os dias atuais.

“Não estou na linha de frente, mas trabalho como ultrassonografista e trabalho atendendo pessoas no ar condicionado. Tem que usar máscara, luva, avental, tem que ser um descartável, não pode ser o tradicional. Me ofereci a dirimir dúvidas das pessoas pelas minhas redes sociais”, explica Marcel.

“A situação muda dia a dia. As pessoas vão vendo os dados chegando e vai se mudando a posição. O que eu queria falar é que o grande problema do COVID-19 é que ele é de fácil transmissão. Ele é resistente, continua viável em roupas, superfícies. A pessoa que é suscetível a ele, idosa, com doenças crônicas associadas, ele ataca muito rapidamente. Não é como uma grande gripe, que vou sarar em uma semana. Em uma semana você está entubado, na UTI, rezando para que funcione. E mata mesmo – explicou Marcel.

Por isso, o ex-jogador alerta para a real necessidade do distanciamento social neste momento.

“É um esforço que as pessoas têm que fazer para que não se alastre. Porque vai levar muita gente. A primeira coisa é não circular. Não posso andar no calçadão? Não posso. Ele fica no chão. Se pisar ali, pega. Não posso correr sozinho? Não pode. Churrasco de família? Não pode. É ficar onde está. E que as pessoas que estão cuidando dos outros, possam ter segurança para fazer os seus trabalhos”.

Biografia

Como jogador de basquete, Marcel teve um total de 392 jogos pela Seleção Brasileira, marcado 5.297 pontos, número que o fez recordista e segundo maior cestinha da história ao longo de quatro Olimpíadas: Moscou 1980, Los Angeles 1984, Seul 1988 e Barcelona 1992. Além disso, jogou cinco mundiais, com o bronze em 1978, cinco Jogos Pan-Americanos, com o inesquecível ouro em Indianápolis, em 1987.

Via CBB