
Mesmo tendo aprovado a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, a Agência de Saúde da Suécia fez um comunicado dizendo que não recomenda a imunização nesta faixa etária. “Com o conhecimento que temos hoje, com baixo risco de doenças graves para crianças, não vemos nenhum benefício claro em vaciná-las”, disse Britta Bjorkholm, oficial da agência.
Desde o início da pandemia, a Suécia tomou um rumo diferente de seus vizinhos na Escandinávia. No início, defendeu a tese da “imunidade de rebanho” e isso provocou um número de mortes e casos bem superior ao de outros países. Neste mês, ocorreu um salto na média móvel de casos e saiu de um patamar de 8 mil por dia para quase 40 mil, seu recorde em toda a pandemia.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades médicas e científicas internacionais recomendam a aplicação de doses nesta faixa etária, já que mesmo sendo um grupo menos vulnerável ao vírus, há risco de complicações e mortes pela doença.
O argumento das autoridades sanitárias do país é de que as crianças possuiriam um risco muito menor de desenvolver formas graves da covid-19 em comparação com os adultos. Bjorkholm acrescentou ainda que a decisão pode ser revisada se a pesquisa mudar ou se uma nova variante tiver impacto na pandemia. No momento, a variante Ômicron tem se mostrado mais contagiosa e provocado a escalada de infecções em várias partes do mundo.
Em agosto, dados mostravam que a Suécia tinha o maior número de mortes por covid-19 a cada 100 mil habitantes entre os países escandinavos (Noruega, Finlândia, Dinamarca e Islândia), que adotaram medidas mais rígidas desde o início, e apresenta uma taxa de mortalidade que é mais do que o dobro da média mundial.