
Várias mensagens têm circulado na internet com a afirmação de que o surto de H1N1 no Brasil, em 2009, matou muito mais gente quando chegou ao país que o do coronavírus neste período. No entanto, a informação é FALSA!
Com uma estatística que contrapõe duas mortes agora mais de 2 mil na época, a publicação tem uma breve mensagem: “Os dados não mentem. Entenda como a mídia esquerdista manipula a sua vida”.
A comparação mostra que o surto da gripe suína, como ficou conhecida, deixou 58.178 infectados e 2.101 mortos, quando se refere ao atual cenário de 394 infectados e 2 mortes – até dia 18 de março (neste dia o número de óbitos era 4).
A mensagem foi compartilhada pelo pastor evangélico Silas Malafaia, que tem defendido a manutenção de igrejas abertas, a despeito da orientação das autoridades de saúde para que as pessoas fiquem em casa.
A questão é que os períodos de tempo não são comparáveis. O primeiro dado é bem próximo ao número total de casos de H1N1 registrados no país em 2009 e 2010 juntos: 59.867. O número de mortes (2.173), também. Ou seja, quase dois anos de doença (já que o primeiro caso de H1N1 foi registrado em maio).
Além disso, é muito complicado comparar as taxas de letalidade, porque a do coronavírus ainda está mudando (ainda assim, ela varia entre 2% e 3%, e está relacionada a fatores de risco). Já a do H1N1 é, em média, de 0,02%.
De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, são 2.611 infectados com coronavírus e 63 mortos em todo Brasil. Os dados se referem a um período menor que um mês. Em 30 dias de H1N1 em 2009, ou seja, um período inclusive maior, foram registrados 627 casos e apenas uma morte.
Para completar, uma análise dos dados globais, compilados pela Organização Mundial da Saúde, revela que, em menos de três meses, o novo coronavírus já registra um número oficial de mortes superior ao total de óbitos registrados em 16 meses de pandemia de gripe suína.
Já são mais de 20 mil mortes pelo mundo em decorrência da Covid-19, contra cerca de 18.500 do H1N1 em um período bem maior.
Portanto, a população deve ficar atenta com o que compartilha nas redes sociais. Para saber informações oficiais, busque pela página do Ministério da Saúde.
Com informações do portal de notícias ‘G1’.