
Três semanas após o início da vacinação contra a Covid-19, Israel já pôde ver resultados com 60% de queda na internação de idosos. Um relatório do Maccabi Healthcare Services divulgou as informações neste domingo (24).
No entanto, apesar redução de internações, ainda não esclareceram se os benefícios são os mesmos para os pacientes que desenvolvem casos leves e casos graves. Os índices de hospitalização no país começaram a cair drasticamente no dia 18 de janeiro, após as aplicações das primeiras doses da vacina. Israel está utilizando, a princípio, a vacina da Pfizer/BioNTech.
Assim, no dia 23 de janeiro, dois dias depois de começarem a aplicar a segunda dose, o país registrou a queda de 60% nas internações de pessoas com mais de 60 anos. O estudo monitorou 50.777 pacientes.
“Estes dados são muito importantes”, disse Galia Rahav, diretora de doenças infecciosas no maior hospital de Israel, o Sheba Medical Center. “Tem um impacto porque em meio a altas taxas de infecção e a disseminação de variantes do vírus, é difícil ver em números gerais como a vacinação está influenciando as coisas”.
Ainda assim, Rahav alerta que parte da queda de hospitalizações pode ser por causa da tendência de isolamento das pessoas que já se vacinaram.
Expansão da imunização
No domingo (24), Israel expandiu a campanha de vacinação contra a Covid-19, imunizando jovens de 16 a 18 anos. De acordo com o governo israelense, o objetivo é permitir que os jovens possam voltar à escola e tentar entrar em universidades, sem mais prejuízos. No dia 17 de dezembro, o país determinou o fechamento das escolas, que ainda não reabriram.
Com a taxa de distribuição de vacinas mais rápida do mundo, Israel espera reabrir a economia em fevereiro. Inicialmente, o país limitou as vacinas para idosos e outras pessoas de grupos de alto risco. No entanto, agora estão disponíveis para qualquer pessoa com mais de 40 anos, ou os jovens entre 16 e 18 anos, com a permissão dos pais.
Pfizer no Brasil
Enquanto Israel amplia sua campanha de vacinação com a Pfizer, o Ministério da Saúde do Brasil criticava a proposta de venda de doses do imunizante feita pela farmacêutica. De acordo com o governo brasileiro, em nota, a aquisição de número restrito de doses funcionaria mais como uma “conquista de marketing” para a Pfizer, mas uma “frustação” para os brasileiros.
A proposta da farmacêutica para o Brasil envolvia 2 milhões de doses no primeiro trimestre. O imunizante tem 95% de eficácia contra o vírus. Além disso, a pasta classificou as cláusulas do contrato proposto pela Pfizer como “leoninas” e “absurdas”. Afirmou ainda que não aceitará “imposições de mercado”.
Entre os itens destacados pelo governo está a “assinatura de um termo de responsabilidade por eventuais efeitos colaterais da vacina, isentando a Pfizer de qualquer responsabilidade civil por efeitos colaterais graves decorrentes do uso da vacina, indefinidamente”. Assim, o presidente Bolsonaro tem usado essa parte do acordo para questionar a eficácia da vacina.
Ainda assim, o ministério da Saúde informou que em nenhum momento “fechou as portas para a Pfizer”. A pasta ainda acrescentou que esperava um mudança de postura da farmacêutica, para uma entrega “viável e satisfatória”.