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O aumento dos casos, internações e mortes por Covid19 em Jundiaí vêm preocupando as autoridades de Saúde da cidade. Um levantamento da Prefeitura de Jundiaí mostrou que, de junho de 2020 para março de 2021, as hospitalizações de pessoas com menos de 60 anos de idade cresceram 10%, nos hospitais públicos e privados de Jundiaí.

No mesmo período, o índice de mortes de pessoas desta faixa etária também aumentou 10,4% na cidade. Os dados foram informados ao Tribuna de Jundiaí pelo gestor de Promoção da Saúde, Tiago Texera.

Segundo o gestor, em junho de 2020 os pacientes “não idosos” representavam 47,8% das internações. Agora, em março de 2021, o número saltou para 57,8%.

Enquanto isso, os idosos acima dos 60 anos de idade que ocupavam 52,2% dos leitos de hospitais da cidade no primeiro pico, agora representam 42,2% das internações.

Texera lembra que as comorbidades ainda são um risco considerável para os casos graves e mortes, identificados em 80% destes casos. De acordo com ele, a obesidade é o maior problema em pacientes com menos de 60 anos.

Vacina e as variantes

Para o gestor, não resta dúvidas de que há dois fatores que colaboram para a mudança dos índices na cidade: a vacina e a nova cepa da Covid19. De acordo com ele, a vacinação de idosos já começou a mostrar resultados nos índices de internações pela doença:

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De acordo com gestor, a vacinação de idosos já começou a mostrar resultados (Foto: Divulgação/PMJ)

No primeiro pico, em 2020, idosos com mais de 90 anos de idade representavam 2,71% das internações; Hoje, com uma queda de cerca de 60%, ocupam 1,05% dos leitos.

Já as hospitalizações de idosos de 80 a 89 anos caíram de 11,57% para 6,69% na cidade.

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No entanto, como mostram os números já divulgados, a chegada da nova variante da doença – que tem um contágio muito mais alto que a primeira, registrada no primeiro pico – fez com que os jovens se contaminem muito mais.

De acordo com o gestor de Saúde de Jundiaí, Tiago Texera, dados da cidade até esta quarta-feira (17) registram nove crianças internadas, oito por síndrome gripal e uma, de 14 anos, já positiva para Covid19. Três delas, de 1 ano, de 10 dias e de 9 anos, aguardam os resultados dos testes para a doença. Felizmente, todas as crianças, estão em leito de enfermaria e sem casos graves.

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Jovens estão mais expostos e, em alguns casos, até abusando em baladas clandestinas (Foto: Governo do Estado)

Imunização

Uma discussão recorrente desde o início do Plano de Imunização contra a Covid19 é que a vacinação deveria começar pelos mais jovens, que trabalham fora de casa e enfrentam transportes lotados todos os dias.

Sobre isso, Texera reforça que vacinar os idosos primeiro foi uma decisão tomada em nível nacional, onde os municípios não podem interferir, mas que faz todo o sentido pois eles são os alvos mais frágeis do vírus.

“Nenhuma vacina no mundo protege 100% de pegar a doença. O objetivo é reduzir as chances dela se agravar, então quem é vacinado ainda pode ser infectado. Além de o jovem ter o risco menor de ir a óbito, continua transmitindo e trazendo o vírus para dentro de casa, que pode infectar os mais idosos”, defende o gestor.