
Desde o início da vacinação contra o coronavírus no Brasil, mais de 500 mil brasileiros que tomaram a primeira dose da Coronavac não voltaram para receber a segunda aplicação. De acordo com dados tabulados pela Folha de São Paulo, o número de meio milhão de pessoas representa abandono vacinal de 14,13%. O nome técnico indica o percentual de vacinados que tomam a vacina, mas não concluem o protocolo por diversos motivos.
A cada 10 vacinados que abandonaram a segunda dose, 7 tem menos de 60 anos, provavelmente profissionais de saúde e indígenas. Depois, foram os idosos com mais de 80 anos que não receberam, com 2 em cada 10. A faixa etária de 60 a 80 anos teve maior adesão.
Os cientistas apontam que essa situação compromete a proteção no vírus no país. Até o momento não há indícios de que a Coronavac proteja da doença com apenas uma dose. O que se sabe até agora é que o organismo leva cerca de duas semanas após a aplicação da segunda dose para proteger da Covid19.
A principal vacina no país é a Coronavac, de 10 vacinados, 7 recebiam a imunização produzida pelo Instituto Butantan. A recomendação é de que a segunda dose fosse aplicada em um intervalo de 14 a 28 dias após a primeira etapa da imunização.
O levantamento foi feito apenas com base na Coronavac, pois o intervalo entre doses do imunizante de Oxford, a vacina Astrazeneca, é de 90 dias, portanto, só seria possível calcular a partir no final de abril. Algumas pesquisas apontem que 21 dias após a primeira dose da Astrazeneca, o efeito de proteção inicia. A segunda aplicação visa prolongar a proteção.
Nos estados de Roraima e Amazonas, mais de 25% das pessoas receberam a primeira dose mas não voltaram para concluir o procedimento. As menores taxas de abandono estão em Alagoas e Rio Grande do Norte, com menos de 7%. No estado de São Paulo o registro de abandono foi de 10,81%.
Os números foram extraídos do DataSUS, sistema de informações do Ministério da Saúde.
Vacinação
A vacinação pela Coronavac teve início em 17 de janeiro. Em um mês, cerca de 4 milhões de brasileiros, do grupo prioritário definidos pelo Plano Nacional de Vacinação, tomaram a primeira dose. Até quinta-feira, dia 8, 562,2 mil não retornaram para a segunda dose.