Idosas sendo vacinadas por enfermeiras
(Foto: Reprodução/Prefeitura de Jundiaí)

Na expectativa para a aprovação e início da campanha de vacinação contra a Covid-19, médicos reforçam a importância de tomar as duas doses dos imunizantes – e principalmente não se esquecer de tomar a segunda. Segundo a comunidade médica, um dos principais focos das campanhas de imunização é a comunicação.

“As vacinas têm que ser feitas em duas doses para dar a proteção. Quando a gente fala em eficácia, é eficácia em duas doses”, diz a médica Mônica Levi. Mônica é presidente da Comissão de Revisão de Calendários Vacinais da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações). “Com uma dose, você não vai ter esse benefício da proteção”, completa.

De acordo com a epidemiologista Denise Garret, presidente do instituto norte-americano, Sabin Vaccine Institute: “Pelo que a gente sabe, com uma dose, podemos até conseguir alguma proteção, mas ela não vai conferir a proteção completa.”

Das quatro vacinas avaliadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, três precisam de duas doses para a imunização. A vacina da Pfizer, por exemplo, protege apenas 52,4% na primeira dose e, depois de 21 dias, a segunda dose aplicada protege até 95%. Os dados são do FDA, a “Anvisa” dos Estados Unidos.

Apenas uma dose

Segundo o infectologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Plinio Trabasso, as pessoas não devem tomar apenas uma dose e “achar que está seguro”.

“Nosso maior problema é as pessoas acharem que estão imunizadas com uma dose só.”

Os efeitos nas pessoas que não tomem a segunda dose da vacina no prazo estabelecido é incerto. No entanto, os médicos dizem que o processo não deve ser retomado do início. “Dose dada é dose computada no nosso sistema imunológico. Nunca se reinicia esquemas. É só complementar quando houver atraso”, explica Mônica Levi, da SBIm.

Comunicação como aliada

Os médicos afirmam que a comunicação é a peça-chave para reforçar a importância da imunização. No Plano Nacional de Imunização (PNI) apresentado na quarta-feira (16), o Ministério da Saúde dedica cinco páginas ao assunto.

De acordo com a pasta, um dos objetivos é “quebrar crenças negativas contra a vacina”. Adotando medidas contrárias, o presidente Jair Bolsonaro já declarou diversas vezes que não irá tomar a vacina contra a Covid-19.

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