Nesta segunda-feira (25), a empresa de biotecnologia Moderna anunciou que a vacina desenvolvida contra a Covid-19 tem eficácia contra variantes do vírus, identificadas no Reino Unido e na África do Sul em 2020. A produção do imunizante é fruto da parceria com o NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA).
De acordo com a empresa, os testes utilizaram células in vitro, logo após o anúncio do surgimento das novas cepas, no fim do ano passado.
“A vacina da Moderna produziu títulos neutralizantes contra todas as variantes emergentes testadas, incluindo B.1.1.7 e B.1.351, identificadas pela primeira vez no Reino Unido e na República da África do Sul, respectivamente. O estudo não mostrou impacto significativo nos títulos neutralizantes contra a variante B.1.1.7 em relação às variantes anteriores. Uma redução de seis vezes nos títulos neutralizantes foi observada com a variante B.1.351 em relação às variantes anteriores. Apesar desta redução, os níveis de título de neutralização com B.1.351 permanecem acima dos níveis que se espera sejam protetores”, afirmou a empresa em comunicado ao mercado.
Mesmo que diferentes, as duas variantes são similares nas mutações. Ambas ocorreram na chamada “proteína spike”. Essa espícula é uma espécie de chave na superfície do vírus, que se conecta com os receptores humanos. Assim, ajuda o vírus a conseguir entrar no organismo.
Mais pesquisas
No entanto, a Moderna ainda anunciou novas estratégias de combate às variantes emergentes, especialmente a que surgiu na África do Sul. Dessa forma, a empresa quer testar uma dose de reforço da vacina, além das duas atuais. Com isso, quer compensar a perda de anticorpos, provocada pela exposição à variante B.1.351.
Além disso, já criaram uma linha de pesquisa para uma nova vacina. A princípio, os estudos ainda estão na fase 1. Os cientistas buscam avaliar o benefício imunológico de quando a vacina é adaptada para combater as mutações da proteína spike.
“Estamos animados com esses novos dados, que reforçam nossa confiança de que a vacina da Moderna contra covid-19 deve ser protetora contra essas variantes recém-detectadas ”, disse Stéphane Bancel, diretor-executivo da Moderna.
“Com muita cautela e aproveitando a flexibilidade de nossa plataforma de RNAm [RNA mensageiro], estamos avançando na clínica em uma [vacina] candidata a reforço contra a variante identificada pela primeira vez na República da África do Sul para determinar se será mais eficaz aumentar os títulos contra esta e outras variantes potencialmente futuras.”