
Marli Fruzina, moradora do Jardim Bonfiglioli, em Jundiaí, morreu aos 56 anos vítima de coronavírus no Hospital São Vicente de Paulo.
Mãe de 4 filhos e avó de três netos, ela deixou um recado em tom de despedida antes de ser entubada.
“Ela mandou uma mensagem para mim e meus irmãos para que a gente não brigasse, que amava muito nós 4 e que Deus tinha um propósito e ela não sabia qual era”, conta a filha caçula, Maria Eduarda Santos.
Este foi o último contato com a mãe ainda consciente.
Marli trabalhou a vida toda como era doméstica, atividade que deixou de exercer há cerca de 5 anos.
Em isolamento na casa com Maria Eduarda, o genro e um dos netos, a forma como dona Marli contraiu o vírus é uma incógnita.
“Não saíamos de casa para lugar nenhum somente ao mercado”, reforça a filha.
No dia 1º de maio vieram os primeiros sintomas. Dona Marli ficou de cama até o dia 4. Depois disso sentiu sinais de melhora.
No dia 6, com uma nova recaída, Eduarda levou a mãe até o Pronto Socorro do Hospital São Vicente de Paulo.
Exames constataram que o pulmão dela estava ‘limpo’. Mesmo assim, médicos já passaram o tratamento para Covid-19, mas ela foi liberada para voltar para casa, segundo Maria Eduarda.
“Viemos embora no dia 7 pela manhã e ela já estava bem cansada. Aí eu falei a ela para irmos ao ‘postinho’ da vila rami fazer o teste. Quando chegamos lá, ela entrou e já a colocaram no oxigênio, pois estava sem oxigênio no sangue. Ela ficou isolada lá dentro até a chegada do SAMU. Fui com ela junto até o São Vicente, onde fiz a internação. Aí começou a luta real”.
De acordo com Maria Eduarda, a partir de então as visitas já foram proibidas e os boletins médicos eram feitos por telefone.
A confirmação para o teste de coronavírus veio no dia 9.
“Ela estava no isolamento no domingo e piorou. Os médicos foram conversar com ela e falar que ela precisava ser entubada. Eles até falaram que quando eles avisam ao paciente que vão entubar, eles ficam em pânico. Mas, ela não ela surpreendeu os médicos e aceitou numa boa , antes de nos mandar a última mensagem”.
Dona Marli ficou entubada do dia 10 até o dia 19. Noo dia 20, às 8h40, a família recebeu a notícia que a matriarca não havia resistido e faleceu.
Ela sofreu uma parada cardíaca. Segundo Maria Eduarda, a mãe tratava doenças pré-existentes como pressão alta e diabetes.
Uma guerreira
Dona Marli sustentou a casa como empregada doméstica desde o falecimento do marido, seu Benedito de Jesus, há 12 anos.
Conhecida como uma verdadeira guerreira trabalhadora, era uma mulher de muita Fé.
“Seu sorriso lindo era o seu cartão de visitas. Era o exemplo para mim e meus irmãos. Perdemos meu pai há 12 anos, desde então ela cuidou de nós 4 sozinha e fazia de tudo por nós”, recorda.
“Ela estava pronta pra tudo”.
Ainda muito abalada pela morte da mãe, Maria Eduarda tenta conscientizar quem ainda não acredita nos efeitos devastadores da doença.
“Ela nós arranca as pessoas mais importantes da nossa família sem pedir permissão. Minha mãe foi a prova disso: uma mulher que amava viver, amava estar com os filhos dela e nos deixou por ter pegado essa doença de um jeito que nem nos mesmo sabemos como”.
Dona Marli deixou 4 filhos: Andrea, Patrícia, Rodrigo e Maria Eduarda; 3 netos: Pâmela, Henry. e Pollyanna; 3 genros, Diego, Alex e Genilson; e a nora Letícia.
O Tribuna de Jundiaí se solidariza com a família da dona Marli e de todas as vítimas desta pandemia. De toda a nossa equipe: nossos sinceros sentimentos!
 
					 
			
		 
			
		


 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		