Foto de motoboy equipado
Motoboy Xororó reveza entre máscaras descartáveis e de panos, que são devidamente higienizadas para uso (Foto: Arquivo Pessoal/Motoboy Xororó)

Com a pandemia do novo coronavírus, o serviço de entrega se tornou essencial para manter muitos estabelecimentos abertos durante o período de quarentena.

O Tribuna de Jundiaí entrevistou alguns profissionais (à distância) para entender como fica a saúde deles, quais cuidados e suportes recebem enquanto levam refeições, compras e documentos até a porta de sua casa.

João Fernandes, o conhecido “Motoboy Xororó”, relatou: “Trabalho há mais de 20 anos como motoboy e nunca tinha enfrentado uma situação como esta [da pandemia]”.

Para manter o seu ganha-pão e de muitas outras pessoas, ele precisou se adaptar ao novo cenário, com uma garrafa de água, sabão, álcool em gel, máscaras e luvas. Assim, preparado com seu kit de higiene, ele sai às ruas de Jundiaí e região.

Kit de higiene
Parte do kit de higiene do Motoboy Xororó (Foto: Arquivo Pessoal/Motoboy Xororó)

“Tive que me adaptar. É álcool em gel toda hora, máscaras, mas nem todo colega tem a mesma oportunidade. Já escutei várias reclamações sobre a falta de suporte”, afirma.

A falta de suporte é um dos pontos abordados por Écio Nogueira Lucatto, outro veterano da categoria que está há mais de 20 anos na profissão. Ele relata que muitos estabelecimentos não oferecem o suporte necessário.

“Os estabelecimentos não estão ajudando com os equipamentos de proteção e produtos de higiene. É complicado. Tudo é comprado por conta própria”, afirma.

Para enfrentar a pandemia, Écio adaptou um frasco de álcool em gel no guidão da motocicleta e usa máscaras e luvas de borracha. “Lido com 100 pessoas, por dia, imagina se eu me contamino? Tenho que tomar cuidado”.

Motoboy equipado para fazer entrega
Écio adaptou um frasco de álcool em gel na moto para uso e mostrar aos clientes que ele está se cuidando (Foto: Arquivo Pessoal/Écio Lucatto)

Ele detalha que a sua maior preocupação é a saúde de sua família e clientes.

“Sigo as recomendações para proteger quem eu amo: minha família e aqueles que estão ao meu redor”, destaca.

Apesar do aumento significativo na demanda, Écio diz que o fluxo é relativo em cada região. “Bairros de classe média/alta tiveram um aumento positivo, mas, nos bairros de classe baixa caiu drasticamente a demanda”, explica.

O profissional ainda faz um alerta: apesar das ruas “vazias” em comparação ao cenário anterior, ele diz que a atenção deve ser mantida. “Tenho que tomar mais cuidado porque as pessoas estão mais desatentas e esquecem do semáforo, faixa de pedestres”, finaliza.

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