
A intensivista e cardiologista Ludhmila Hajjar declarou que a lotação das UTIs é mais especificamente de pacientes que decidiram não se vacinar contra a Covid-19. A médica foi cotada para assumir o Ministério da Saúde no lugar do ex-chefe da pasta, o general Eduardo Pazuello, em março de 2021. No entanto, recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Assim, a especialista fez um alerta para os danos da doença entre profissionais da saúde.
Em entrevista ao jornal O Globo, Hajjar rotulou como “brutal” a diferença no impacto da contaminação pela variante ômicron entre as pessoas que tomaram a vacina, aos não imunizados ou que não completaram o ciclo de imunização. Os vacinados “dificilmente” desenvolvem casos graves da doença.
“As UTIs estão atualmente só com casos de covid entre os não vacinados. Os imunizados dificilmente passam do atendimento ambulatorial”, disse Ludhmila Hajjar.
De acordo com a entrevista, a médica conta que presenciou o caso de pacientes infectados arrependidos por não ter tomado a vacina. “Como intensivista, tenho visto cada vez mais pacientes internados arrependidos de não terem sido vacinados. Eles chegam com a forma grave da doença, se arrependem, porém, já é tarde”.
Além disso, Hajjar avisou sobre a importância da vacinação, por se tratar de um vírus muito novo que ainda pode “nos trazer surpresas”. A médica ressaltou que, com a variante ômicron, “a doença tem apresentado comportamento semelhante” nos sistemas de saúde público e privado.
“A variável mais expressiva em relação ao perfil da doença, tem sido, definitivamente, o não vacinado.”
A pandemia está acabando?
Mesmo com os alertas sobre possíveis “surpresas”, Ludhmila afirmou acreditar na linha científica que aponta um possível fim da pandemia.
De acordo com dados do Our World in Data, na última segunda-feira (10), o mundo registrou um novo recorde de casos de Covid-19. Em apenas 24 horas, registrou mais de 3 milhões de infectados.
“Temos pela primeira vez a junção de dois fatores: uma variante altamente prevalente infectando muita gente imunizada. Isso faz com que um número alto de pessoas se infecte com a forma branda da doença, o que é bom para a imunização. Não podemos, no entanto, baixar a guarda com a vacinação”, disse a intensivista e cardiologista.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		